[Resenha] A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard

Oi Oi!

Hoje vou falar de um livro que apesar de estar querendo desde o lançamento não tinha grandes esperanças de que teria a oportunidade de ler antes do próximo mês. Mas eis que a Editora Seguinte em sua benevolente bondade me ofereceu o livro para resenha e acabou com meu tormento. Um livro que me conquistou sem sombra de dúvidas, e que percebi o quanto é excelente só depois de escrever a resenha!

A Rainha Vermelha
A Rainha Vermelha # 1
Autora: Victoria Aveyard
Editora Seguinte
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Skoob

Sinopse: O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.

Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?

Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe - e Mare contra seu próprio coração.

Antes mesmo de começar a ler o livro li algumas resenhas que falavam muito bem sobre a obra e de quanta originalidade a autora tinha impresso nas páginas de sua história. Porém, mesmo enquanto me dedicava a ler a opinião dos outros e descobrir um pouco mais sobre o livro já percebi que ele trazia muitos elementos já abordados em outras histórias, me fez lembrar obras como O Clã dos Magos e A Seleção, entre outras. No entanto, o que fez essa "originalidade" saltar aos olhos é a forma como a autora construiu sua narrativa, mesmo se baseando em situações já expostas por outros autores ela ainda assim conseguiu ser totalmente diferente.

Seu primeiro acerto foi com relação a personalidade de seus personagens, ela nos mostra no decorrer da história que nem todos são bons ou maus, que ninguém é isento de atitudes suspeitas. Contudo, todos tem uma noção de lealdade e se comportam de acordo com o que julgam benéfico a sua própria causa. Apesar de gostar bastante disso, durante a leitura esta situação também foi o motivo de eu passar por alguns momentos de incredulidade com o desenrolar da história. Pois, até mesmo Mare, a personagem principal, segue estes preceitos, ela foi de certa forma uma desconstrução de todas as personagens que eu já conheci. Ela é tudo o que buscamos hoje em dia na literatura, mas é um choque saber o que ela é capaz de seguir em frente mesmo sabendo que coisas "importantes" podem ficar no caminho.

Mare não é uma protagonista que fica suspirando pelos cantos, como já dito ela haje de acordo com sua própria consciência, sua lealdade e o que ela acredita ser a verdade absoluta. Ela é uma personagem querendo se livrar da opressão, mas agindo da mesma forma que seus opressores, é como se ela não conseguisse enxergar seres humanos além do seu circulo social. Ela usa as pessoas assim como a tão odiada monarquia faz, e não para para pensar em motivos, causas e consequências, ela simplesmente age. E no meio do caminho pode acabar confiando em pessoas nada confiáveis e passando por cima de quem talvez pudesse ser uma luz no fim do túnel. A real é que a autora merece um prêmio por me fazer amar até o mais odiado dos personagens, digo amar no sentido de "Cara como você é foda!

Quanto ao romance ele não é o foco da narrativa, é mais como se a autora nos desse o gostinho do que poderia ser, só para deixar o leitor com vontade e depois tirar o doce, fácil assim! Contudo todos os pretensos romances de Mare são personagens bastante presentes e essenciais no desenrolar da narrativa. Prefiro não falar muito sobre para não dar spoiler, ok?

Diferentemente de alguns livros do gênero que focam coisas desnecessárias em detrimento a distopia, a autora conseguiu trabalhar intriga, romance, abuso de poder e opressão de forma brilhante, sem focar demais em algo especifico deixando o mais interessante em segundo plano. Ela é simplesmente uma autora fantástica e sabe dar pinceladas essenciais nos momentos certos e convencer o leitor.

Enfim, o que mais chama atenção é o rumo que a autora dá ao livro, até determinado momento eu estava crente que seria um livro morno até o fim, sem grande atrativos e que na verdade nem era tão original assim. mas ai Aveyard resolve terminar sua história com uma reviravolta tão chocante que eu sai gritando e pulando pela casa por não acreditar naquilo. Ela foi fantástica, divina e surpreendente, em algumas poucas linhas ela me deu tudo que eu queria e mais um pouco. Quanto a capa não preciso me desmanchar em elogios, olhem para ela e tirem suas próprias conclusões, minha única tristeza foi meu livro ter caído no chão e danificado. Ademais, acredito que não preciso dizer que você deve ler esse livro assim que possível, não espere demais, assim você só estará perdendo tempo, vai por mim!

Melhores Quotes:

"Esta é a verdadeira distinção entre prateados e vermelhos: a cor do sangue. Esta única diferença os torna mais fortes, mais inteligentes e melhores do que nós."

"Na escola, aprendemos sobre o mundo antes de nós, sobre anjos e deuses que viviam no céu e governavam a Terra com mãos ternas e gentis. Alguns dizem que não passam de histórias, mas não acredito nisso. Os deuses ainda governam. Ainda descem das estrelas. Só não são mais gentis."

"[...] É cruel dar esperanças quando não há nenhuma. Geraria apenas frustração, ressentimento e raiva tudo o que torna a vida ainda mais difícil do que já é."

"Parte de mim deseja se submeter às correntes, a uma vida cativa e silenciosa. Mas eu já vivi uma vida assim, na lama, nas sombras, numa cela, num vestido de seda. Jamais serei submissa de novo. E jamais vou parar de lutar."