[Resenha] A cruz de Fogo - Parte 1 - Diana Gabaldon

A cruz de Fogo - Parte 1Outlander #5
Autora: Diana Gabaldon
Editora Arqueiro
720 páginas
Skoob

Sinopse: Uma história sobre lealdade.

O ano é 1771. Na Carolina do Norte, conserva-se a duras penas um frágil equilíbrio entre a aristocracia colonial e os esforçados pioneiros. E entre esses dois lados prestes a entrar em conflito está Jamie Fraser, um homem de honra exilado de sua amada Escócia. Convocado a liderar uma milícia para conter as insurgências, ele sabe que quebrar o juramento que fez à Coroa inglesa o tornará um traidor, mas mantê-lo será a certeza de sua ruína.

A guerra se aproxima, garantiu-lhe sua esposa, Claire Randall. E, mesmo não querendo acreditar nesse triste futuro, Jamie Fraser está ciente de que não pode ignorar o conhecimento que só uma viajante do tempo poderia ter. Afinal, a visão única de Claire já os colocou em risco, mas também lhes trouxe salvação.

A Cruz de Fogo é uma envolvente história sobre o empenho de Jamie em proteger sua família, construir uma comunidade e manter suas terras às vésperas de um conflito histórico. Nesses esforços, ele é ajudado por sua mulher, sua filha Brianna e seu genro Roger MacKenzie, que nasceram no século XX e agora tentam se adaptar à tortuosa vida do século XVIII.

Outlander foi uma série que me causou curiosidade a primeira vista, eu me apaixonei pelo primeiro livro, contudo a partir de " A Libélula no Âmbar" eu passei a ter certo receio da série. Este receio se deve muito a escrita da autora, Gabaldon é uma escritora que preza por minúcias e acaba pecando algumas vezes na extensão de seu enredo tornando a narrativa massiva e cansativa. Ainda assim até o momento a autora tem conseguido me manter curiosa com o destino dos personagens... bom, como eu disse: só até este momento.

Outlander - A cruz de Fogo - Parte I é o livro mais decepcionante até aqui, visto que a autora se apegou muito a introspecção e houve pouca ação. Os personagem se pegam divagando demais, pensando demais em seus sentimentos e experiências do que efetivamente fazendo algo. Um exemplo do quanto isto ficou maçante na narrativa é que a autora narra um único dia apresentando apenas um fato relevante em 250 páginas.

Além disso Gabaldon não abre mão do recurso de se utilizar de muitos personagens, alguns os quais ela retoma de outras fases da narrativa e outros que acabam adicionados no enredo. O problema disso é que muitos deles nem são tão importantes e o leitor não consegue recordar ou encaixá-los na obra. E a meu ver a narrativa expressa boa parte pelo ponto de vista de Claire só piorou tudo, teria sido interessante ver algumas situações pelos olhos de Jaime ou outro personagem, não que isso não aconteça, mas é bem esporádico. Claire é muito introspectiva e não colabora para a agilidade da obra, principalmente quando a autora se envereda pelo lado científico e biológico da profissão de Claire. Tudo muito chato e irrelevante para a série como um todo.

O que pode ser considerado interessante é a forma como a autora apresenta a cultura da época, como explora os problemas e a politicagem das colônias escocesas na America. Também não posso deixar de dizer que Gabaldon sabe trabalhar um enredo crítico e provavelmente deve ter estudado muito para chegar a conclusão desse livro, já que ele é basicamente uma preparação para algo maior, uma guerra que se aproxima. Mas uma coisa eu digo, quando se trata das primeira partes de um novo romance da autora é preciso muita paciência e perseverança para não desistir da série, cheguei a ficar esgotada com o excesso de criatividade da autora para não narrar nada interessante.

"Quando um chefe das Terras Altas convoca seus homens para a guerra [...] ele faz uma e a queima. O fogo é apagado imediatamente, com sangue ou com água, mas ainda assim ela é chamada de cruz de fogo e é levada pelos vales como um sinal para que os homens do clã peguem suas armas e se encaminhem para o local da reunião, preparados para a batalha."

Enfim, Outlander - A cruz de Fogo - Parte I é basicamente uma introdução muito longa para eventos maiores que estão por vir, fato que torna a narrativa cansativa e maçante. Ainda assim chegar ao fim da obra além de ser um alívio é importante do ponto de vista dos acontecimentos finais, visto que um personagem muito importante da as caras e aguça a curiosidade do leitor com o desenvolvimento da sequência. Espero que no próximo Diana Gabaldon não volte a me decepcionar com passagens totalmente descartáveis.

"...Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete o homem. E a lei da coragem era a que ele seguia havia mais tempo."