quarta-feira, março 01, 2017

[Resenha] Crave a Marca - Veronica Roth

Crave a Marca
Crave a Marca #1

Autora: Veronica Roth
Editora Rocco
480 Páginas 
Skoob



Sinopse: Num planeta em guerra, numa galáxia em que quase todos os seres estão conectados por uma energia misteriosa chamada “a corrente” e cada pessoa possui um dom que lhe confere poderes e limitações, Cyra Noavek e Akos Kereseth são dois jovens de origens distintas cujos destinos se cruzam de forma decisiva. Obrigados a lidar com o ódio entre suas nações, seus preconceitos e visões de mundo, eles podem ser a salvação ou a ruína não só um do outro, mas de toda uma galáxia. Primeiro de uma série de fantasia e ficção científica, Crave a marca é aguardado novo livro da autora da série Divergente, Veronica Roth, que terá lançamento simultâneo em mais de 30 países em 17 de janeiro, e surpreenderá não só os fãs da escritora, mas também de clássicos sci-fi como Star Wars.
Já faz algum tempo que tenho vontade de ler algum livro de Veronica Roth, porém sua outra série estava fora de cogitação, o spoiler gigantesco que eu e muitas outras pessoas pegamos de Convergente foi uma balde d'água frio. Então quando a Rocco anunciou a publicação de Crave a Marca eu enxerguei ali minha oportunidade. Assim que o livro cedido pela Editora chegou eu estava tão cheia de leituras densas que acabei deixando ele de lado, até o momento propício para leitura. Não sei dizer se foi bom ter iniciado por esta série, não que a leitura não tenha sido satisfatória, mas o começo da leitura é bem confuso e eu acabei bem perdida. Felizmente isso melhora.

Crave a Marca narra a história de dois povos que vivem um confronto por território em uma galáxia envolta pela corrente, uma força que concede dons especiais a alguns de seus habitantes. Cyra e Akos estão de lados opostos, ela é membro da família mais poderosa do povo Shotet, ao contrário dos outros povos eles não possuem um país nação, seu dom da corrente é incomum e não de uma forma boa, com a capacidade de fazer outros sentirem dor Cyra é escrava da própria habilidade, sentindo dores constantes. Akos por sua vez possui o dom de anular a habilidade dos outros, ele habita o planeta-nação Thuvhe, o qual os Shotet lutam para conquistar, ele é um jovem tímido e quase invisível. Depois de um incidente terrível que tira de Akos a liberdade e as pessoas que mais ama ele está em busca de vingança, o que ele não esperava é que conheceria a verdadeira Cyra e não o monstro que seu irmão trabalha para que todos temam. Sendo assim Akos e o Flagelo de Ryzek irão se aproximar de uma forma que pode ou não mudar o rumo e o destino (fortuna) pré determinado dos personagens de Crave a Marca.

A primeira impressão que tive quando passei a compreender a história é que Cyra e Akos são personagens completamente opostos, mas ainda assim semelhantes. Suas jornadas acabam se cruzando e é Akos que vai mostrar a Cyra que ela não precisa ser o que os outros esperam dela. ao mesmo tempo em que ela lhe mostra que há outras razões para seguir em frente. Ambos foram criados para se odiar, mas a proximidade vai fazê-los perceber que tem muito mais em comum.
"–  Encontre outra razão para continuar –  aconselhei. – Não precisa ser boa ou nobre. Precisa apenas ser uma razão."
Há muito tempo não me deparava com uma personagem como Cyra, que não me causasse raiva, ela cresce maravilhosamente mas antes mesmo disso ela demonstra sua força. Apesar de ser usada pelo irmão sua maior característica não é a crueldade e sim a forma como ela foi capaz de aprender e crescer sozinha, mesmo acreditando que nada poderia fazer para mudar sua vida. Já Akos é o contrário, apesar de resignado com seu destino ele batalha e não perde a força de seguir em frente, sua determinação se deve a vingança e a ânsia de salvar o irmão. A união de ambos parece fadada ao fracasso já que suas vidas até ali foram totalmente opostas, mas do ódio e aversão nasce uma improvável amizade que pode mudar tudo. Além de ambos muitos outros personagens são bem construídos e a história é cheia de reviravoltas.
"– Honra – falei, bufando.–  Não há lugar para honra na sobrevivência."
Para ser sincera a história não tem nada de muito novo, é bem possível comparar a diversas outras narrativas do genero, ainda assim Crave a Marca foi uma experiência bem favorável. Os contos que a obra traz dobre futuro e fortuna é algo bastante interessante, sendo que o primeiro é algo que pode ser modificado devido as atitudes das pessoas, já o segundo é o destino e está pré determinado. Contudo não sabemos como tudo realmente vai acabar e resta esperar que Veronica Roth não cague e sente em cima como fez com Convergente. A narrativa é dividida entre Akos e Cyra, ela narra sua parte em primeira pessoa, já Akos é representado em terceira, isso é interessante para compreendermos as nuances de cada um.
    "Todas as pessoas são violentas. Algumas resistem ao impulso, e algumas não." 
Quanto a revisão e diagramação não há do que reclamar, o trabalho da editora está impecável, ao menos eu não me deparei com problemas. Agora nos resta esperar pela continuação e rezar para que a autora não decaia em sua escrita como ouvi dizer que foi o caso do último livro da série Divergente. O que posso adiantar é que eu estou louca pela continuação.
 

Um comentário:

  1. Oi, Ju!!!

    Também achei que Crave a Marca trazia a velha fórmula de uma distopia, mas gostei da nova história. O desenvolvimento de Cyra e Akos foi muito bem construído, assim como a narrativa em geral.

    E concordo com você, só espero que o fim não seja ruim. Hahahaha

    Bjs

    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br

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