quarta-feira, janeiro 11, 2017

[Resenha] Escândalo de Cetim - Loretta Chase

Escândalo de Cetim
As Modistas #2
Autora: Loretta Chase
Editora Arqueiro
272 páginas
Skoob


Sinopse: Irmã do meio entre as três proprietárias de um refinado ateliê de Londres, Sophia Noirot tem um talento inato para desenhar chapéus luxuosos e um dom notável para planos infalíveis. A loura de olhos azuis e jeito inocente é na verdade uma raposa, capaz de vender areia a beduínos. Assim, quando a ingênua lady Clara Fairfax, a cliente mais importante da Maison Noirot, é seduzida por um lorde mal-intencionado diante de toda a alta sociedade londrina, Sophia é a pessoa mais indicada para reverter a situação.
Nessa tarefa, ela terá o auxílio do irmão cabeça-dura de lady Clara, o conde de Longmore. Alto, musculoso e sem um pingo de sutileza, Longmore não poderia ser mais diferente de Sophia. Se a jovem modista ilude as damas para conseguir vesti-las, ele as seduz com o intuito de despi-las. Unidos para salvar lady Clara da desonra, esses charmosos trapaceiros podem dar início a uma escandalosa história de amor... se sobreviverem um ao outro.
Em Escândalo de Cetim, segundo livro da série As Modistas, Loretta Chase nos presenteia com um dos casais mais deliciosos já descritos. Além de terem uma inegável química, Sophia e Longmore são divertidos como o rodopiar de uma valsa e sensuais como um corpete bem desenhado.
O primeiro livro da série "As modistas" que li já foi basicamente uma decepção, levando em conta quem é a autora eu esperava por algo mais envolvente. Não que eu não tenha gostado, na verdade até dei uma boa nota, o problema é que depois de ter lido os dois primeiros livros da série "Os Canalhas" eu esperava por uma história tão boa quanto ou melhor, acontece que no geral nesta nova série a trama é bem menos envolvente, e, em "Escândalo de Cetim", o segundo livro, esse problema fica ainda mais acentuado.

Sophia Noirot é uma das melhores modistas de Londres, contudo seu talento e o das irmãs não são reconhecidos. Ainda no intuito de manter a melhor cliente da loja ela será a protagonista de um plano para salvar Lady Clara de uma enrascada sem tamanho. Inocente e seduzida por um nobre cheio de más intenções e muitas dívidas a jovem nobre se dá conta do erro que cometeu. Para que os empreendimentos da família sejam salvos e Lady Clara saia dessa enrascada Sophia acaba se vendo cada vez mais envolvida com o conde de Longmore, um nobre que é a personificação dos estilo esnobe de vida da época. Mas nem tudo acaba exatamente como o planejado e no meio dessa busca incansável por uma reputação alguém pode acabar fisgado.

Já li diversos romances de época na minha vida de leitora e posso dizer que o que chama atenção nestes livros é principalmente a personalidade dos protagonistas, tão antagônicas com relação à época que vivem. O problema é que aqui a personagem principal segue a mesma linha da protagonista anterior da mesma série. Ela é decidida, determinada e não mede esforços para conseguir o que quer, usa e abusa de escrúpulos e recursos que estão ao seu alcance, logo, é uma manipuladora de primeira. O caso é que geralmente gosto desse estilo de personagem, ainda mais porque não estamos lidando com as nobres costumeiras de sempre, porém Sophia é absurdamente igual a irmã, protagonista anterior. Durante toda a leitura senti que a história havia travado na mesma personagem, o que soou como falta de originalidade.
"Embora as três irmãs Noirot fossem modistas de igual talento, cada uma delas possuía qualidades específicas. Marcelline, a mais velha, de cabelos negros, era uma talentosa artista e desenhista. A ruiva, Leonie, a mais nova de todas, era o gênio financeiro. Sophia, a loura, era a vendedora. Ela era capaz de amolecer corações de pedra e arrancar grandes somas de dinheiro das pessoas. Conseguia convencê-las de que preto era branco. Suas irmãs costumavam dizer que ela conseguiria vender areia a beduínos."
Outro ponto que não me agradou totalmente foi o protagonista masculino, o achei muito pomposo, por um lado isso seria legal, pois ao contrário das mocinhas dos livros ele difere muito do personagem anterior. O que chama atenção nele não é o lado bruto, insensível e cafajeste que é a base de romances de época, mas sim seu nome de pensar, o que o tornou muito enfadonho. Seu jeito conservador e adepto dos bons costumes me irritaram bastante. O principal disso tudo é a ideia pré-concebida que ele faz de Sophia Noirot, ele é a personificação do pensamento retrogrado da sociedade, um ponto que obviamente acaba mudando, mas que para mim tirou toda a graça do personagem.

"―Ela é mulher ―alegou Longmore. ―Para que ela precisa de um cérebro?

―Para lidar com homens que não têm um ―rebateu Sophia."

No meio disso temos os personagens secundários que quase não tem vez, basta observar a história de Lady Clara que apesar de ser quem move toda a trama não tem voz em momento algum. Em alguns poucos capítulos somos apresentados a mãe de Lady Clara e as irmãs de Sophia, personagens que já conhecemos anteriormente, mas nenhum dos episódios tem grande importância na trama. Além disso temos o ponto de vista do nobre que seduziu Lady Clara, não é algo constante mas é essencial para termos uma ideia de quais suas verdadeiras intenções.

Com relação a trama não há nenhuma grande novidade já que o objetivo da história ainda é basicamente o mesmo do livro anterior, ou seja: manter a cliente mais popular da loja a todo custo. A diferença está no contexto já que dessa vez Lady Clara, a irmã de Longmore deixou sei levar pela ingenuidade e foi pega em uma situação bastante constrangedora. Obviamente que para manter a cliente e sua reputação de sua cliente as irmãs Noirot têm um plano que precisa ser orquestrado com maestria e que irá render boas gargalhadas.
"Estratégias, esquivas, subterfúgios e outras formas de maquinações faziam parte da genética da família. Se havia alguma coisa da qual as irmãs entendiam tanto quanto a arte da costura, ou talvez mais, era a arte da enganação."
Enfim, depois de tudo isso você deve estar achando que eu não gostei do livro, mas o fato é que achei legal, só não foi tão bom e suficiente quanto ao anterior. No mais, apesar de não estar ansiosa pela continuação da série espero que os próximos livros sejam mais envolventes.

2 comentários:

  1. oi JU, eu gostei da trama, achei que nessa a caracterização dos personagens foi mais realista, tanto em um quanto no outro, Loretta sempre mostra uma Londres mais realista e acho que ela trouxe um pouco disso para os personagens, sendo mais ao passo da época mesmo, como a pomposidade de Harry
    http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/

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  2. Oi, Ju!!

    Estou louca para começar essa série. Adoro os livros da Loretta e imagino que vou amar essas personagens tão diferentes. Hahahaha
    Estou bem empolgada com a história! :)

    Bjs

    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br

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