Dez formas de fazer um coração se derreter - Sarah MacLean

Dez formas de fazer um coração se derreter
Os Números do Amor #2
Autora: Sarah MacLean
Editora Arqueiro
352 páginas
Skoob


Sinopse: Isabel Townsend não é exatamente o que se espera da filha de um conde. Apesar de ter a pele delicada e de saber se portar como uma dama quando necessário, a jovem também monta a cavalo, conserta telhados, administra a propriedade e cria o irmão caçula desde que a mãe faleceu – tudo isso sem despertar a menor suspeita de que não há um homem sequer para cuidar de sua família.
Para o pai dela, que só queria se divertir e gastar dinheiro em jogatinas, pouco importava o que ela fizesse. Porém, quando ele morre, Isabel se vê sem recursos e precisa defender os direitos do irmão, ameaçados pela chegada iminente de um tutor. Assim, não lhe resta saída senão vender sua coleção de estátuas de mármore, o único bem que herdou.
Para sorte sua, um especialista em antiguidades acaba de chegar ao condado. Inteligente e sensual, lorde Nicholas St. John é um solteiro convicto que deixou Londres para se livrar das jovens que passaram a persegui-lo desde que foi eleito um dos melhores partidos da cidade.
Em poucos dias, fica claro para Nick que Isabel é a mulher mais obstinada e misteriosa – além da mais interessante – que já cruzou seu caminho. Ao mesmo tempo, ao conhecê-lo melhor, a independente Isabel percebe que há homens em que vale a pena confiar. Enquanto eles põem de lado suas antigas convicções, seus corações se abrem para dar uma chance ao amor.

Fazia alguns meses que estava esperando o lançamento de Dez formas de fazer um coração se derreter. Levando em conta que apesar de algumas ressalvas eu adorei o primeiro livro de série Números do amor esperava o mesmo deste novo volume. Contudo sinto que faltou algo, talvez empatia, não consegui me conectar totalmente a história e seus personagens e mesmo tendo gostado não foi um dos melhores romances de época que já li. Mas não posso negar que a história me surpreendeu em muitos momentos, Sarah MacLean sabe trabalhar os clichês e surpreender o leitor, fugindo do final pré-estabelecido para este estilo literário.

A vida de Isabel Townsend nunca foi fácil, mesmo sendo filha de um conde ela nunca desfrutou de nenhum dos benefícios que vem com o título. Seu pai, conhecido como o Conde Perdulário, é viciado em jogo e devido a isso leva a família à ruína, resta a Isabel manter tudo funcionando. Quando o conde morre os problemas só pioram, precisando desesperadamente de dinheiro para manter seu grande segredo a salvo ela decide vender sua estimada coleção de estátuas gregas e encontra em Nicholas St. John a resposta para todos os seus problemas. Quando a presença do rico antiquário sugere mais do que apenas negócios Isabel tenta ignorar seus sentimentos, ceder à tentação seria assumir que o amor pode ser uma coisa boa, mas não foi isso que a vida lhe ensinou. St. John por outro lado acredita no sentimento, mesmo tendo fugido dele nos últimos anos e está disposto a tudo para que Isabel também passe a acreditar, mesmo que precise antes ser rejeitado vezes sem conta.

"Havia algo naquele homem, algo em sua força, em como seu caráter praticamente exala dele, em como ele olhava para ela com paciência, honestidade e promessa que a deixava desesperada para acreditar nele. Que a fazia querer depositar sua confiança, suas garotas, sua casa... tudo o que tinha... nas mãos dele, pedir-lhe que a ajudasse.Só que ela não podia.Sabia que não.Ah, sem dúvida ele achava que podia ajudá-las, que podia ser seu protetor. Certamente a ideia satisfazia algum tipo de desejo masculino dele. Mas Isabel já vira o que acontecia quando homens com um discurso bonito e braços fortes ficavam entediados om o que os cercava. Com as necessidades das mulheres em suas vidas. Ela vira seu pai abandonar sua mãe, deixando-a apenas com uma propriedade caindo aos pedaços e um coração partido."

Algo que preciso destacar sobre as histórias de Sarah é o humor, logo nas primeiras páginas me peguei rindo, e para ser sincera isso aconteceu durante quase todo o livro. Mas infelizmente o humor não é suficiente para sustentar a história, não quero dizer que ela seja ruim, mas sabe quando temos o sentimento de que algo está faltando? Além disso, a obstinação da protagonista chegou a me irritar bastante, compreendo toda sua história e principalmente tudo que ela vivencia, mas a forma como ela tenta manter-se indiferente ao que sente esmo quando é tão óbvio chega a dar nos nervos. Isabel é uma personagem fantástica, tanto em sua personalidade como em seu coração, ela abriga em sua casa mulheres que precisam de ajuda e que por algum motivo fugiram de casa, mas quando se trata do seu próprio coração ela é totalmente cega e fria. Fiquei tão feliz por algo que aconteceu com ela quase no fim do livro que achei muito bem feito!

Nick por sua vez é maravilhoso, consciente de si, apaixonado e reverente quanto à arte, um homem culto que passou por muitas coisas no decorrer da vida e que conhece o mundo e as dificuldades dele como ninguém. Além disso, também tem um coração de ouro e é sensato quanto ao que deve ser feito, além de leal, sem a condição de um título Nick é um homem livre e encantador. Há também na narrativa diversos outros personagens os quais eu senti necessidade de conhecer a história, uma pena que isso iria estender demais o enredo e só conhecemos suas vidas e passado superficialmente. Quanto ao clichê típico do gênero Sarah sempre me surpreende, sua narrativa segue um padrão pré-determinado, mas de repente ganha uma forma diferente levando a narrativa para outro caminho, claro, sempre com final feliz e previsível, mas essa curva que ela faz é totalmente diferente do que geralmente acontece em romances de época e acaba sendo uma surpresa.

"O coração dela deu um salto ao ouvir as palavras. Ele estava preocupado com ela.E Isabel soube naquele momento, que aquele homem — tão cheio de consideração mesmo naquele momento em que ela não conseguia pensar em nada além da sensação dele contra ela — nunca quisera seu mal."

Enfim, Dez formas de fazer um coração se derreter não é a história de uma mulher que precisa virar o mundo de cabeça para baixo para conquistar um homem e sim a história de um homem que precisa convencer uma mulher de que o amor pode ser uma coisa boa e que confiar nem sempre acaba de forma ruim. Infelizmente encontrei vários erros na revisão, não algo gritante, mas diversas vezes o tradutor trocou "Ele" por "Ela" e vise e versa, além disso, existem alguns outros pequenos erros. No mais a edição segue o padrão da editora, fonte e espaçamento confortável e designe simples. Recomendo este romance principalmente para quem gosta do gênero e está em busca de clichês bem trabalhados.