[Resenha] O Retorno de Izabel - J. A. Redmerski

Hoje a resenha é sobre um livro bastante aguardado por mim e que de certa forma supriu minha expectativas, a não ser pelo fato de que esperava que ele fosse ainda mais sombrio do que é. O retorno de Izabel é a sequência de A Morte de Sarai e vai nos conduzir ao desfecho da história desse casal improvável e impossível.

O Retorno de Izabel
Na Companhia de Assassinos #2
Autora: J. A. Redmerski
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Skoob


Sinopse: Determinada a levar o mesmo estilo de vida do assassino que a libertou do cativeiro, Sarai resolve sair sozinha em missão, com o propósito de matar o sádico e corrupto empresário Arthur Hamburg. No entanto, sem habilidades nem treinamento, os acontecimentos passam muito longe de sair como o planejado. Em perigo, Sarai nem acredita quando Victor Faust aparece para salvá-la — de novo. Apesar de irritado pelas atitudes inconsequentes dela, ele logo percebe que a garota não vai desistir de seus objetivos. Então não há outra opção para ele a não ser treiná-la. Com tamanha proximidade, para eles é impossível resistir à atração explosiva. Nem Victor nem Sarai podem disfarçar o que sentem, ou negar o desejo que os une. No entanto, depois de tantos anos de sofrimento e tantas cicatrizes emocionais, será que eles conseguirão lidar com um sentimento como amor? Só que Sarai — novamente na pele de Izabel Seyfried — ainda terá que passar por um último teste; um teste para provar se conseguirá viver ao lado de Victor, mas que, ao mesmo tempo, poderá fazê-la questionar os próprios sentimentos e tudo que sabe sobre esse homem.

A Morte de Sarai (Resenha aqui), primeiro livro da série Na Companhia de Assassinos, a J. A, Redmerski inovou ao nos apresentar uma situação limite em sua história, um "romance" inusitado que não tinha a menor possibilidade de terminar em final feliz. Afinal de contas, quais os frutos de um relacionamento entre um assassino de aluguel e uma escrava sexual fugitiva. Porém, foi justamente isso que chamou atenção para série, a crueza de seus personagens, a forma como tudo parecia convergir para o desastre e principalmente a forma como tudo terminou. Confesso que acabei a leitura extremamente curiosa com o que a autora faria com o próximo livro, mas antes de mais nada eu tinha muito receio de que ela conseguisse estragar um dos melhores New Adults que já li. Bom, em partes ela não conseguiu.

O Retorno de Izabel começa alguns meses depois da inevitável separação de Victor e Sarai. Oito meses depois do fatídico fim de sua fuga Sarai tenta viver uma vida normal, ela tem um lar, um emprego e até mesmo um namorado que seria perfeito para ela se ela fosse mesmo a garota que finge ser. Contudo, há coisas no passado de Sarai que as pessoas que a cercam não fazem a menor ideia, e são essas coisas que deixam a protagonista cada vez mais determinada a ser quem acha que realmente é. Acontece que ela está obcecada por vingança, mas no fundo no fundo esse não é seu principal incentivo, Sarai sente ânsia de chamar a atenção de Victor e está disposta a arriscar a própria vida para isso.

"Ficar um passo à frente da morte é o nosso estilo de vida. É o meu estilo de vida, e acredito que era pra ter sido assim desde sempre. Contudo, por estranho que pareça, me sinto perfeitamente segura na companhia de assassinos."

Esqueça tudo o que você sabia até aqui sobre Sarai, ou quase tudo, toda aquela evolução da personagem no livro anterior foi por água abaixo. Em O Retorno de Izabel a protagonista regride, sua obsessão a torna cada vez mais impulsiva, como se a todo momento quisesse provar algo que não é capaz. Ela esquece completamente que não nada mais do que uma aspirante a assassina, e acaba se metendo em uma grande encrenca levando os problemas para todos que a cercam. Porém, ainda assim ela se mostra mais madura em determinados momentos. Victor por sua vez continua até certo ponto inabalável, a não ser quando o assunto é Sarai, com as mudanças que ocorrem com ele e que vamos descobrindo aos poucos também conhecemos um Victor mais maleável aos sentimentos. 

A partir disso torna-se óbvio que o foco da narrativa mudou. Em O Retorno de Izabel a autora está em busca de nos mostrar um encerramento desta história, o final feliz que não esperávamos no primeiro volume. E ela consegue fazer isto sem deixar o lado obscuro de sua obra de lado, aos poucos ela nos coloca a par dos sentimentos dos personagens, bem como seus anseios. Este livro se torna de certa forma uma libertação, é a busca da cura e a representação do que o amor pode fazer por duas pessoas tão quebradas como Victor e Sarai. A meu ver isso acabou deixando a narrativa mais morna, faltou ação, apesar de o perigo se constante, e este era meu maior receio quando terminei de ler o primeiro livro. Mas ainda assim adorei a sacada que a autora teve para conduzir essa trama. Achei mais do que satisfatório como as coisas foram desenvolvidas e desmanteladas sem dó nem piedade. Mas se algo além disto deve ter destaque nesta história, isso se deve a Fredrik Gustavsson, ele será o próximo protagonista da série e estou bastante curiosa com sua trajetória, já que ele foi presença importante e quase constante nesta história.

Enfim, eu esperava algo um pouco diferente de O Retorno de Izabel, ao utilizar o amor e redenção para concluir a história de Victor e Izabel a autora acabou por suavizar sua obra. Ainda assim, eu recomendo a leitura já que há muito mais do que romance e com certeza você vai ser surpreendido. Quanto a diagramação ela foi satisfatória, espaçamento e letras bastante confortáveis, além de que não encontrei nenhum erro de revisão. Sobre a capa não há muito o que dizer, a não ser que eu adorei. No mais, se gosta de romances sombrios e inusitados esse com certeza é um livro que você precisa ter na estante.

Melhores Quotes:

"Acho que a vingança sempre encontra um caminho, mesmo nos gestos mais insignificantes."

"– Você não é meu herói, lembra? – digo para refrescar a memória de Victor – Não é minha alma gêmea que jamais deixará que nada de ruim aconteça comigo. Devo confiar nos meus instintos primeiro e me você, se eu decidir confiar, por último. Você me disse isso certa vez."

"Parece que fomos feitos um para o outro, como duas peças de um quebra-cabeça que de início parecem não se encaixar, mas que se adaptam perfeitamente quando vistas pelo mais improvável dos ângulos."