segunda-feira, fevereiro 06, 2017

[Resenha] Rio-Paris-Rio - Luciana Hidalgo

Rio-Paris-Rio
Autora: Luciana Hidalgo
160 páginas


Sinopse: Maria e Arthur se encontram em Paris no início de 1968. Ela estuda filosofia na Sorbonne, ele é poeta e artista de rua. Juntos vivem os excessos daqueles anos de revoluções e utopias e fogem da ditadura no Brasil, divididos entre o deslumbramento pelo que o Velho Mundo lhes oferece e a permanente sensação de que são intrusos na grande festa que é Paris. Duas vezes ganhadora do prêmio Jabuti, uma delas com a biografia Arthur Bispo do Rosário, publicada pela Rocco, a jornalista e escritora Luciana Hidalgo estreou na ficção com O passeador, romance ambientado no Rio de Janeiro da Belle Époque. Agora, em seu segundo romance, a autora narra uma história de amor, sonhos e desilusões, tendo como pano de fundo um período conturbado da história, tanto na Europa quanto no Brasil, com uma prosa poética e potente.
Narrativas ambientadas em períodos marcantes da história costumam chamar minha atenção, foi por isso que solicitei Rio-Paris-Rio para leitura. A primeira impressão que tive sobre o livro é que talvez não fosse uma leitura muito fácil, apesar da sinopse despertar minha atenção eu tinha quase certeza que seria uma leitura mais lenta. Não estava errada, logo de cara me dei conta que teria problemas com a narrativa da autora, não por ser ruim, mas a forma poética e intensa da escrita de Luciana Hidalgo se torna quase íntima, o que faz com que tudo seja mais profundo e narrativas assim me fazem travar.

Porém a história de Maria e Arthur é instigante, a forma como eles se envolvem e parecem complementar um ao outro é sensacional. A leveza de Maria, narrada de forma simples e poética se une a intensidade de Arthur, a poesia e o modo como ambos atuam sendo eles mesmo conquista o leitor. Não posso dizer que foi uma leitura fácil ou rápida tudo o que me vem a cabeça ao lembrar da história é a intensidade e a poesia que ela carrega.
"Os dois têm juntos um instante de parênteses abertos, nunca preenchidos. Uma sintaxe muda e prolongada."
Ambos personagens vivem exilados na França, enquanto o Brasil passa pelo ano de 1968 comandado pelos Ditadores, Maria e Arthur tentam viver a "liberdade", contudo não há maior repressão do que o impedimento de poder voltar ao seu país. Escondendo segredos que podem interferir no futuro dos dois como um casal os personagens caminham pelas páginas com certa leveza e simplicidade, movidos pela intensa escrita da autora.
 "– O que você mais odeia no Brasil?
 – Os militares ditadores.
 – E o que, do Brasil, te faz mais falta?
 – O meu avô, que é um dos militares ditadores."
Rio-Paris-Rio é um romance diferente de tudo que já li, justamente pela intensidade e poesia de suas páginas, não é um estilo que eu tenha pretensão de voltar a ler,  eu particularmente confesso que achei a leitura cansativa, por mais que a narrativa tenha me envolvido, algo que eu associo ao estilo da autora, portanto não vou dizer que adorei, me senti bastante cansada com a leitura, mas nunca se sabe quando um livro vai escolher a gente.. No mais esta é uma leitura que indico, mas tenho a impressão que irá agradar mais aqueles que gostam de um estilo íntimo e poético, este é um livro para ser absorvido e apreciado de leitura lenta mas intensa.

Um comentário:

  1. Olá, Ju!!!

    Gostei muito da sua resenha. Achei o livro interessante, mas no momento estou procurando romances leves para ler. É aquelas vibes de romances de época e new adults, sabe? Hahaha

    Mas vou deixar anotado para o futuro.

    Bjs!!

    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br

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