O Coração da Esfinge
Deuses do Egito #2
Autora: Colleen Houck
Editora Arqueiro
Skoob
Sinopse: Lily Young achou que viajar pelo mundo com um príncipe egípcio tinha sido sua maior aventura. Mas a grande jornada de sua vida ainda está para começar.Depois que Amon e Lily se separaram de maneira trágica, ele se transportou para o mundo dos mortos – aquilo que os mortais chamam de inferno. Atormentado pela perda de seu grande e único amor, ele prefere viver em agonia a recorrer à energia vital dela mais uma vez.Arrasada, Lily vai se refugiar na fazenda da avó. Mesmo em outra dimensão, ela ainda consegue sentir a dor de Amon, e nunca deixa de sonhar com o sofrimento infinito de seu amado. Isso porque, antes de partir, Amon deu uma coisa muito especial a ela: um amuleto que os conecta, mesmo em mundos opostos.Com a ajuda do deus da mumificação, Lily vai descobrir que deve usar esse objeto para libertar o príncipe egípcio e salvar seus reinos da escuridão e do caos. Resta saber se ela estará pronta para fazer o que for preciso.
Colleen Houck é um autora bastante controversa para mim. Ao mesmo tempo em que me apaixono por suas histórias uma coisa ou várias me fazem detestar seus livros por algum tempo. Achei que não fosse passar por isso com Deuses do Egito, já que gostei da trama do primeiro livro e principalmente da personagem que parecia distante da irritante Kelsey de A saga do Tigre. Infelizmente aqui eu sinto que dei com os burros n'água.
Em O Coração da Esfinge Lily tenta seguir em frente e se conformar com o fato de ter perdido Amon para sempre, mas o fato de estar tendo sonhos vívidos com o poderoso filho do Egito não tem ajudado muito. Ela sabe que Amon está sofrendo e se sente impotente sem poder protegê-lo. Para piorar a vida que leva em casa está cada vez mais sufocante, os planos que os pais tem para si e a fachada de cordialidade que precisa manter a estão oprimindo. Em uma última tentativa de ter a vida que deseja ou ao menos sonhar com ela Lily resolve passar férias na casa de campo da avó. Lá ela recebe a visita de Anúbis que a convoca para trazer Amon de volta do lugar escuro onde se meteu. Agora ela precisa enfrentar uma jornada rumo ao mundo dos mortos o mais rápido possível e torcer para chegar a tempo de salvar seu amado. Mas antes, ela precisa ser tornar uma Esfinge.
"Havia alguns tipos de amor que continuavam, mesmo depois da morte. Como uma ondulação na água, o amor se movia. Muito tempo depois do mergulho, seu efeito podia ser sentido. Só era necessário alguém para lembrar, para ver o que ficava para trás."
Como vocês podem ver o livro parece ter uma história de tirar o fôlego e não dá para dizer que não seja assim. O problema é mesmo com a protagonista, tudo que encontrei de ruim neste livro advém de Lily. A personagem forte e carismática do primeiro livro perde pelo aqui. Ela entra em uma aspiral de inconstância que chegou a me irritar de verdade, tanto que pensei em abandonar o livro diversas vezes. Aqui Houck leva a atração que sua protagonista exercem nos personagens do século masculino a um novo nível.
Não imaginava que ela se daria ao trabalho de criar um triangulo amoroso nesta história. Na verdade eu estava torcendo para que não. No entanto a justificativa inicial de que esta atração está ligada ao escaravelho do coração, joia que Amon deixa para Lily no final do último filme e que contém o coração dele, é banal. E tudo fica pior quando ela cumpre o primeiro passo de sua missão, que é tornar-se esfinge. Neste processo Lily passa a dividir corpo e mente com uma leoa a quem chama de Tia, ao que tudo indica ela fez algo muito errado ao não matar o animal quando se transformou, mas agora a condição é irreversível e vai ter que aprender a viver com isso. Acontece que nem sempre elas estão de acordo com tudo. O que mais me irritou é que a cada 5 Deuses que encontra Lily quer dar (perdão pela palavra) para 4. Seus hormônios estão à flor da pele e achei tão esgotante essa infindável atração por qualquer macho que aparecia que acabei me decepcionando com este livro. O que dá para dizer é que notamos que há algo estranho nessa situação, mas a luta interna de Lily para entender isso não ajuda, e sua consciência não me convenceu de sua alta culpa.
"Não. Acho que você pode me encorajar, e me encorajar é a ultima coisa de que preciso. Mal consigo me controlar do jeito que a coisa está."
Em relação aos personagens não há muito mais o que dizer a meu ver os Deuses egípcios é uma fraternidade de adultos mimados que querem todos os seus desejos e vontades realizados e às vezes isso é bem enfadonho, ainda assim são muito bem desenvolvidos. Já Aspen e Ahmose quando finalmente aparecem jogam luz onde eu só enxergava sombras. Contudo, Aspen é protagonista principal em algo que me irritou profundamente, mas sua história, seu passado é uma das partes que mais gostei e me emocionaram no livro. Amon por sua vez está mais presente em pensamento, quase não aprece e quando o faz é por um período bem breve. Tudo muito corrido no fim.
Mas há algo que não poderia negar, Colleen sabe escrever e descrever uma história que precisa de elementos tão diversos. A parte mitológica e a jornada que Lily precisa enfrentar são pontos altos. No decorrer da trama a autora se utiliza de forma simples e certeira histórias que justifiquem os acontecimentos, uma base para que os fins justifiquem o meio. O que torna a narrativa rica. Como já disse diversas vezes aqui no blog, a autora sabe como conduzir e trazer o leitor para o momento em que ela descreve, é como se fossemos expectadores reais no local e momento em que a história se passa.
"Ás vezes são necessários sacrifícios e precisamos abrir mão da coisa que mais desejamos no mundo para que outros possam viver contentes e felizes. "
Enfim, esperava bem mais de O Coração da Esfinge, para mim a autora perdeu a mão ao enredar Lily em um triangulo amoroso, claro que é perceptível o que está acontecendo, é implícito mas claro o motivo destes sentimentos impostos a protagonista, mas ainda assim não é fácil de engolir. Pretendo terminar a leitura da série, mas espero verdadeiramente que o próximo livro não seja uma repetição do que encontrei aqui. Como sempre a edição da Editora Arqueiro está muito bem trabalhada, revisão e diagramação impecáveis. No mais, não se deixe levar pelos problemas que apontem, porque eu mesma não vou desistir da série.
Olá,
ResponderExcluirAinda não conheço a escrita da autora, mas tenho muita vontade de ler essa série.
A mitologia egípcia me chama muito a atenção e quero muito saber o que irá acontecer com Lily nesse volume. Fico chateada por ela estar com os hormônios a flor da pele e acredito que realmente deve ter sido desgastante acompanhar essa atração que ela sentia por qualquer um.
Uma pena que não atingiu suas expectativas.
http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/
Que decepção sua resenha... não sua resenha em si, hahaha, mas saber sobre a história do segundo livro. Eu tinha amado tanto o primeiro. Já estou odiando a Lily e nem li o livro ainda. Não me importo com triângulos, mas isso de querer dar para todo macho que vê... muito apelativo, né? Que pena saber... vou ler mesmo assim o livro porque estou curiosa, mas já sei que é melhor não ter as expectativas muito altas. rs
ResponderExcluirbeijos
www.apenasumvicio.com
Olá! Parabéns pela resenha detalhada e pela coragem em expor sua opinião, mesmo em se tratando de um livro que não lhe agradou muito. Esse não é o tipo de leitura que me agrada, por ser bem fantasioso e quando li que os personagens em geral não passam de adultos mimados e que a personagem principal é irritante, realmente o livro perdeu qualquer encanto. O que fiquei mais feliz foi em saber que você não vai deixar de ler a série apenas por causa desse livro. Parabéns! Acho que isso mostra o quanto você gosta da autora e da série.
ResponderExcluirBeijos!
Karla Samira
http://pacoteliterario.blogspot.com.br/
Ai Ju, me senti do mesmo jeito. A Lily realmente se perdeu, e esse triângulo, quadrado (ou sei lá qual a forma geométrica que tem seis lados) amoroso me irritou profundamente, quis tacar o livro na parede várias e várias vezes. Também não vou abandonar a série, mas sinceramente espero que o próximo livro seja melhor, esse foi mesmo bem difícil de engolir. Todo mundo querer a Lily e, digamos, "alguma das suas novas personalidades" retribuir a atenção foi algo que me enlouqueceu de verdade.
ResponderExcluirOi, Ju!
ResponderExcluirLogo que a primeira série da autora foi lançada por aqui até tive certa curiosidade em lê-la, mas essa vontade passou justamente pelos comentários da personalidade fraca da Kelsey na saga do tigre. Nessa atual, a vontade permanece zero porque realmente não me interesso por essas mitologias em específico e o enredo como um todo também não me atrai. O fato da protagonista desandar tanto nesse segundo volume só me repele ainda mais quanto à série e por mais que a história tenha, sim, seus pontos positivos, realmente não me dá vontade de ler, uma pena. Mas espero que os próximos livros te conquistem mais do que esse.
Beijos!
Ai meu Deus! Essa autora é minha Deusa literária! Adoro todos os livros dela! Ainda não li esse livro, só o primeiro. Esse foi o primeiro livro que li sobre mitologia Egípcia e me agradou muito. Depois do primeiro volume dessa série, já li outros com o tema e como sou amante da fantasia dificilmente desgosto dessas histórias!Também gosto muito da escrita da autora. Espero que um dia ela volte ao Brasil!
ResponderExcluirOi Ju!
ResponderExcluirO motivo de não ter me animado para ler essa série da Colleen foi justamente pelo fato de ter começado a ler a série anterior dela e não ter sido tuuuuudo aquilo que eu imaginava.
Quando a Arqueiro lançou o primeiro livro dessa série, fiquei tentada a comprar. Mas resolvi esperar as resenhas, que foram bem positivas. Daí veio o segundo... e estou agradecendo por não ter comprado pq iria passar raiva!
Eu amo a forma como ela cria as tramas, como vai interligando os personagens aos fatos que vão sendo inseridos... mas meu problema é sempre no romance. Triângulos amorosos não são muito a minha praia e acabo sempre "broxando" no meio da leitura.
Sinceramente, acho que fiz bem em não ter lido. Apesar dos pontos positivos, acho que não seria uma leitura que me agradaria.
Beijos
Olá Ju, estou super ansiosa para começar essa série. Ainda não li o primeiro por isso passei um pouco por cima da resenha para não pegar spoiler. Acho essas capas lindérrimas e não vejo a hora de ter! Realmente Colleen nos faz dividir opinião, porque as protagonistas delas são um horror. Espero que melhore pro final <3
ResponderExcluirBeijos,
diariasleituras.blogspot.com
Li o primeiro livro no final de Março pra começo de Abril, desde então fiquei doida pra ler a continuação quando li aquele trechinho do próximo livro. E realmente, pra quem leu o primeiro livro, o segundo se tornou "fraco" por assim dizer, o cenários descritos continuam impecáveis mas quem mais deveria aparecer, não apareceu, nas poucas passagens do Amon em sonho só se via angustia e apesar da Lily afirmar o tempo todo o quanto queria "salvar" ele, a cada capitulo ela ia perdendo mais de si mesma, até o ponto que a fada passou a dividir o corpo/mente com ela e o resto do livro ficou bizarro, e como assim a Devoradora escapou? Certamente o terceiro livro vai ser batendo outra vez no ponto em que tentam encontrar ela, juntamente com tudo que envolve o Seth. Por mais triste que tenha sido o final do primeiro livro, se fosse possível adivinhar que o segundo seguiria esse rumo, pelo menos eu optaria por ter acabado a história ali, um amor forte que por ironia cósmica não era pra ser. Mas como a Colleen instiga a curiosidade a cada final cheio de próximas possibilidades, sejam elas explicitas ou apenas imaginadas pela gente, quero logo o terceiro livro e vou torcer demais pra que tenha um final mais digno pro Amon e para a Lily, e que em meio a tudo isso a essência da Lily não continue sendo perdida a cada atração que ela sente, que até mesmo a leoa e a fada encontrem uma forma de não ser mais parte da personalidade dela, porque francamente achei isso uma grande porcaria, porque mesmo que boa parte seja justificada com o escaravelho do coração que a Lily usa, quanto mais ela admite as atrações menos ela parece amar o Amon no mesmo nível que ele a ama, tanto que o final do livro implica isso.
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