[Resenha] Zoo - James Patterson e Michael Ledwidge

Oi Oi!!!

Faz um tempo que não apreço por aqui, e tenho certeza que as pessoas que acompanham o blog sabem que as coisas não andam muito animadas para mim. Porém, em momento algum pensei em abandonar de vez o blog, e é por isso que hoje dou as caras aqui para falar de um livro que me surpreendeu agradavelmente, de um dos autores que eu tinha plena certeza que nunca iria gostar, estou falando de Zoo, de James Patterson, prontos?

Zoo
Autores: James Patterson e Michael Ledwidge
Editora Arqueiro
Compre: Saraiva | Submarino | Amazon
Skoob


Sinopse: Algo está acontecendo na natureza
Uma misteriosa doença começa a se espalhar pelo mundo. Inexplicavelmente, animais passam a caçar humanos e a matá-los de forma brutal. A princípio, parece ser algo que se dissemina apenas entre as criaturas selvagens, mas logo os bichos de estimação também mostram suas garras e as vítimas se multiplicam.
A humanidade é presa fácil
Apavorado, o jovem biólogo Jackson Oz assiste a escalada dos acontecimentos. Ele já previu esse cenário alarmante há anos, mas sempre foi desacreditado por todos. Depois de quase morrer em uma implausível emboscada de leões em Botsuana, a gravidade da situação se mostra terrivelmente clara.
O fim da civilização está próximo.
Com a ajuda da ecologista Chloe Tousignant, Oz inicia uma corrida contra o tempo para alertar os principais líderes mundiais, sem saber se as autoridades acreditarão em um fenômeno tão surreal. Mas, acima de tudo, é necessário descobrir o que está causando todos esses ataques, pois eles se tornam cada vez mais ferozes e orquestrados.
Em breve não restará nenhum esconderijo para os humanos...

Quando a editora Arqueiro anunciou a publicação de Zoo eu torci o nariz. Não tinha tido até aquele momento uma boa experiência com os livros do autor, em partes meu problema com Patterson se deve ao fato dele usar um co-autor para escrever suas obras. Com "Zoo" não é diferente, a obra foi escrita por James Patterson e Michael Ledwidge, então é de se esperar que eu não pretendia ler de forma alguma. Porém, alguns dias depois do lançamento li uma resenha do livro no blog S2Ler e a Mari falou tão bem do livro que minha curiosidade foi despertada. Além disso, pouco tempo depois ela insistiu no twitter para que eu lesse, foi nesse momento que resolvi arriscar, então fiz a solicitação para a editora e rezei para todos os santos que eu não terminasse a leitura querendo socar o autor.

Outra coisa que vocês precisam ter em mente é que a premissa de "Zoo" apresenta uma história totalmente fora da minha zona de conforto. É muito raro eu ler ficção científica, principalmente por causa da abordagem técnica que muitos livros do gênero trazem em seu desenvolvimento, não gosto de ficar perdida em explicações, então esse era outro problema a enfrentar enquanto estivesse lendo a obra. Contudo, eu fui agradavelmente surpreendida pelos autores ao me deparar com uma narrativa descomplicada e uma história de tirar o fôlego. É importante dizer que Patterson conseguiu me surpreender muito.

"Às vezes a vida é assim. Ela vai fluindo como um conto de fadas, aí a gente vê uma coisa que não consegue classificar, que começa a permear todos os seus pensamentos, todos os seus sonhos, todos os momentos de vigília."

Mas deixando de lado minha relação de amor e ódio com James Patterson, preciso dizer que o começo da narrativa foi meio confuso. Me senti meio perdida na história do protagonista. Porém, depois desses breves momentos de confusão a narrativa entra em um ritmo alucinante e é impossível parar de virar as páginas. A ânsia de descobrir mais e mais sobre o "porque?" e o "como?" tudo tudo está acontecendo nos deixa ávidos por terminar a leitura. Outra coisa que me impressionou na narrativa desse livro é que ao contrário de outras obras do autor em "Zoo" tudo acontece no tempo certo, ele não acelera e nem atrasa o desenvolvimento o que colabora bastante no desenrolar da narrativa.

Mas acima de tudo, o que mais chama atenção neste livro é a agressividade dele, não em um sentido negativo. A narrativa crua é crível e demonstra tão bem o comportamento humano que eu me vi diversas vezes achando tudo muito real, sabe aquela vontade de pesquisar os acontecimentos no Google como se eles tivessem realmente acontecido? Esse livro foi um dos poucos que me provocou essa vontade. Em determinados momentos é possível sentir uma angústia e impotência diante das atitudes da sociedade para com o problema, o ser humano é tão cruelmente egoísta que eu senti nojo ao ler como eles não conseguiam enxergar que a culpa era totalmente deles próprios. Patterson e Michael Ledwidge não pouparam nossos sentimentos e nem dosaram as consequências nessa história e isso é o que torna essa narrativa absurdamente brilhante.

Acredito que não preciso dizer muito mais para convencê-los a ler esta obra. Zoo é uma história brilhante sobre a falta de limites do ser humano e as consequências as quais estamos nos arrastando como se fossemos deuses e imunes a essa falta de limites. Esta narrativa me fez pensar por dias e ainda assim me sinto parte dessa parcela da população que não se toca dos problemas aos quais estamos nos jogando, simplesmente por estar vivendo a contemporaneidade, assumo minhas atitudes como algo corriqueiro sem pensar nos malefícios que posso estar trazendo em um futuro não muito distante. Seria tão bom se pudêssemos nos livrar desse egoísmo, mas talvez já seja tarde demais. Enfim, leia Zoo quem sabe você também não ficará mais consciente de todos os danos que causa ao seu redor.

Melhores Quotes:

"O mundo estava se tornando um zoológico, mas sem jaulas."

"No mundo inteiro, os animais de repente estão atacando os humanos sem nenhuma razão? Mas não atacam os outros animais? Quer dizer... como é possível? Por quê? Por que agora? Parece uma maluquice completa."

"Soa como algo grandioso, eu sei, mas meu medo era que, se eu estivesse certo – e pela primeira vez na vida eu sinceramente esperava estar errado – , estaria ocorrendo uma alteração no paradigma planetário que ia fazer o aquecimento global parecer um passeio de domingo num jardim orgânico comunitário."

"Acabou que o apocalipse ia chegando bem devagar. Sem incêndios e enxofre, mas com ferrugem e dentes-de-leão. Não numa explosão, mas num suspiro."