quinta-feira, abril 24, 2014

Uma vez na Vida - Marianne Kavanagh


Uma vez na Vida

Autora: Marianne Kavanagh

Tess leva uma vida no mínimo boa, tem um emprego, uma namorado, boas amigas e tudo que poderia fazer a vida ser perfeita. Mas apesar de sempre afirmar estas mesmas verdades há algo faltando, não que ela assuma essa falta, mas o leitor atento irá se dar conta logo de cara. George é um jovem músico que busca se afirmar no ramo, trabalha em uma loja de instrumentos musicais e em seus sonhos. Em um primeiro momento você diria que eles não tem nada ver, mas os amigos sempre dizem que sim, que ambos são como alma gêmea. Mas infelizmente, o destino e as adversidades acabam causando desencontros, como é possível saber que sua alma gêmea pode estar por aí vivendo sem que saiba da sua existência?

Comecei esta leitura com um pensamento bastante equivocado deste romance. Imaginava que seria algo como aquelas comédias românticas cheia de açúcar, que te tira sorrisos e em que tudo dá certo. Mas ao chegar em determinado ponto da leitura eu já estava quase entrando em depressão.
"As pessoas sempre dizem você é jovem demais, que ainda não se conhece. Mas não dá pra controlar quando é que você vai encontrar sua alma gêmea. Se tiverem sorte, vocês se descobrem cedo. E se isso acontecer, vocês têm mais tempo para passar juntos. Vocês têm a vida toda para poder se conhecer."
Eu sou uma pessoa bastante cética quando o assunto envolve almas gêmeas. Na verdade acredito apenas que a vida é feita de oportunidades e decisões e que através disso você será levado por um ou outro caminho tudo devido a suas escolhas. Então, me soa pouco provável essa coisa de destino, quando tudo o que você tem que fazer é escolher qual caminho seguir. Isso nos leva ao livro em questão. Duas almas que se completam, estão relativamente perto, tem os mesmos amigos e vivem de "encontros" e desencontros. Cada um tomando suas próprias decisões ou sendo afastados por uma miopia.

Outra coisa que me fez pensar muito neste livro é como acabamos sedendo aos outros apenas por termos de utilizar energia demais para protestar ou por acreditar que não estamos no caminho certo, mesmo sendo tudo o que queremos. Nossas decisões são tomadas de acordo com a situação que vivemos e de repente ao acordar em um belo dia acabamos percebendo que não somos mais o que costumávamos ser e que perdemos a essência de nós mesmo. Algo triste para se pensar na verdade, mas todos estes fatores que citei fizeram eu me sentir absurdamente depressiva. Não o livro não é ruim! É um dos melhores que li no ano, acredito que por ter mexido bastante comigo mesmo sendo cética. Na verdade, sempre achei que os romances deveriam ser felizes sempre, pois de complicado já basta a vida. Conclusão, eu não estava em um bom momento para enfrentar este livro.

Agora chega de divagar sobre todos esses conceitos e vamos falar dos personagens. Confesso que Tess conseguiu me irritar bastante com sua mania vintage e com a forma como quer mostrar par todos que tem uma vida perfeita, um namorado perfeito e que tudo está bem. Sei que ela mesma acreditava muito nisso, mas saber que as coisas não eram bem assim me fez querer ajudar a personagem a acordar para vida. Já George me encantou desde o início, não sei explicar porque, mas de alguma forma ele é absurdamente cativante, exceto quando está sendo manipulado como um fantoche. Enfim, até mesmo os personagens secundários são cheios de vida e capazes de ocasionar várias reações no leitor.

Como já disse e para concluir, eu esperava por um romance leve, mas acho que não estava em um bom momento para a leitura. Este romance me pegou em uma fase difícil e acabou me abalando mais do que o esperado e, no entanto, conseguiu tornar-se favorito mesmo quando romances não são a minha praia!


Aviso importante: Um coração bem resolvido para toda a história e não se esqueça da tolerância, você irá precisar dela!

Melhores Quotes:
"O fato de ser boa em alguma coisa não significa que você tenha que passar a vida toda fazendo aquilo."


"É difícil quando você tranca os seus sentimentos, forçando-os para longe como se estivesse entulhando um velho e úmido armariozinho do porão com roupas velhas, porque quando você vira a chave enferrujada e puxa as linguetas emperradas, tudo voa para fora exatamente como era anotes, mas mais velho, mais sujo e surrado. E é tão difícil lidar com aquilo como fazia anites, porque agora está escorregadio pela umidade, pelo mofo, e pela sujeira indefinida."

"A vida lhe pertence, não é de ninguém mais. Na maioria das vezes, a única coisa que nos impede somos nós mesmos."

"Até eu conhecer você, tinha me esquecido de quem eu era. Tinha desistido de tudo que era importante para mim. Tinha deixado de lutar pelo que eu acreditava, mas você mudou tudo isso."

2 comentários:

  1. Juh ainda to tentando entender se você gostou ou não dá leitura. Pois apesar de você dizer que foi uma das melhores do ano não senti total firmeza. Isso é tão ruim, porque um momento da sua vida pode estragar todo um livro. É complicado, mas ainda quero muito ler este livro porque fiquei hiper curiosa sobre ele desde o começo. Ainda bem que você já me abriu os olhos pra mocinha, que sinceramente a cada dia que passa tenho menos paciência com elas.

    Beijos, http://porredelivros.blogspot.com.br/

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  2. Quando vi a premissa do livro fiquei bem curiosa, mas esperava só um romance leve, daqueles bem clichês sabe? Não imaginava que era mais que isso. Agora a curiosidade triplicou! O momento em que lemos o livro muda tudo, inclusive as "entrelinhas" do livros. Gostei do que foi falado sobre os personagens, principalmente dos secundários. Gosto quando tem vidas (porque tem autores que tratam eles como objetos na trama, que não fazem diferença se tá ali ou não). Enfim, quero muito lê-lo! Espero ter oportunidade.

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