quinta-feira, março 20, 2014

Maquina de escrever ou...Co-autor

Já pararam para pensar que o autor que você tanto gosta e que publica vários livros por ano pode não ser o autor interino de uma obra? Para te dar uma ideia pegue um livro de James Patterson e olhe atentamente para a capa. Você vai reparar que logo embaixo do nome do autor em letras garrafais há um nome um pouco menor e é aí que se encontra o nome da pessoa que desenvolveu o livro que está em suas mãos. James Patterson em uma entrevista por e-mail a revista GALILEU assumiu que trabalha com uma equipe de co-autores: 
“Normalmente, escrevo uma sinopse detalhada da ideia que tenho em mente, algo em torno de 50 ou 60 páginas, e a entrego a um coautor para desenvolver a história. A cada 15 dias, eu paro o que estou fazendo para ler o material. Às vezes, digo: ‘Puxa, que legal! Vamos em frente!’. Outras vezes, pondero: ‘Ei, espere, precisamos conversar’”.
É justamente por este fato que não entendo qual o frisson em cima das obras do autor. Acredito que a ideia tenha partido dele, mas o mérito de escrita não pode ser dado ao mesmo, e não digo isso apenas só por um livro de sucesso. Veja Bruxos e Bruxas, aqui mesmo na blogosfera literária é possível ver zilhões de resenhas negativas do livro, acabo que não me surpreendo pelo mal desenvolvimento da série.

Mas esta não é uma estratégia usada apenas por Patterson. Há alguns livros recentemente lançados que fizeram enorme sucesso e se utilizaram exatamente deste recurso. Entre eles está Olho por Olho de Jenny Han e Siobhan Vivian, e também podemos citar Will and Will escrito por John Green e David Leviathan. Mas depois de pensar neste fato me pergunto porque me indignei tanto quando descobri que James Patterson usava desta estratégia. Talvez seja por sentir que o autor não dá aos seus colaboradores o mesmo crédito que dá a si mesmo. Mas essa é uma ideia minha, não sei exatamente como é.


Outra coisa interessante de ressaltar é que muitas vezes o trabalho em equipe não é utilizado na escrita, mas na parte da pesquisa. Segundo a revista Galileu, Alexandre Dumas, um dos meus autores favorito de todos os tempos, tinha um responsável por pesquisa história, seu nome era Auguste Maquet. Além disso, há boatos de que Nora Roberts e Danielle Steel também sejam adeptas de tais recursos, apesar de não assumirem. Estes boatos se devem ao fato de serem campeãs de produtividade e publicações.

Acredito que no caso Will and Will e Olho por Olho eu tenha me sentido confortável com a ideia por ser uma obra escrita por ambos. Não é, como no caso de Patterson, a "transferência" de ideias. Sinto que de alguma forma estou soando contraditória, mas ainda assim não me sinto confortável com a linha de trabalho de James. Sinto que se ele mesmo assumisse suas ideias e as colocasse no papel o livro seria absurdamente melhor e mais cativante.

Enfim, quem sou eu para julgar, sou apenas uma leitora frente ao um blog dando a minha opinião. No entanto, tenho direito a me expressar e estas são as minhas ideias. Adoraria debater o assunto com vocês então sintam-se à vontade para comentar!
Fonte: GALILEU

4 comentários:

  1. NOSSA. Tô tipo, meio chocado ainda. Porque isso lembra o que alguns artistas e matemáticos faziam na antiguidade. Eles fundavam escolas, alguns de seus aprendizes descobriam algo e eles tomavam o crédito pela obra. E te entendo com relação ao conforto de John Green/David Levithan porque eles foi meio que cada um fez o seu, juntaram e bola pra frente, é diferente de eu dar uma ideia e botar gente pra escrever pra mim. Enfim, só posso dizer que estou bem decepcionado com isso, e com certeza esse escritor já perdeu meu respeito. Nada contra, mas né, do meu ponto de vista, não deixa de ser uma forma de plágio, porém com a concessão do co-autor. Falei demais, me empolguei UHSAUSHAU'
    Abraços, Ju õ//
    http://contracapaliteraria.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Jujuba de neve ♥
    Já tinha ouvido esse boato sobre co-autores e devo dizer que: acho isso uma palhaçada. O autor ~famoso~ fica com os méritos (bons ou ruins) mesmo quando ele não escreveu, de fato, a história. Nunca li nada do James Patterson, mas vejo que existe muita expectativa dos leitores sobre suas obras. E me pergunto: porquê?! Poxa, se não é ele que escreve, pq ele fica com a fama? Tem alguma coisa errada nissae... TALVEZ usem o nome dele (já que ele, supostamente, faz a tal sinopse de 60 páginas) para ~lançar~ novos autores (tipo um teste, sei lá). Nunca se sabe o que passa na cabeça desse povo USDHUSDHUSDUH.
    O caso da Nora eu já ouvi, mas não existe nada comprovado então vamos fazer de conta que n existe :p

    Beijinhos,
    Procurei em Sonhos

    ResponderExcluir
  3. Oie Jarelda ^^
    Menina, que vc não é fraca, falou ontem que ( talvez) ia escrever sobre o assunto e puf~~ já está aqui, que orgulho de ôce.

    Então menina, eu gosto muito do Patterson, não imaginava isso dele contudo a série Bruxos.. Da Roberts eu sabia, mas continuo achando ela uma diva e leio mesmo #Gosto de romance água com açúcar, de qualquer forma ela escreve pra todo gosto, acho que deveria ler algo dela.

    Beliscões da Máh ♥
    Blog
    Instagram

    ResponderExcluir
  4. Já sabia sobre essa forma de escrever os livros mas não sabia que o James Patterson usava isso, eu não fiquei tão indignada assim mas também acho que eles deveriam receber o mesmo, ou pelo menos mais, crédito pelas obras.

    ResponderExcluir

Obrigada pelo comentário, ele será respondido assim que possível :)