O Pessegueiro
Autora: Sarah Addison Allen
Sinopse: Willa Jackson vem de uma antiga família que ficou arruinada gerações antes. A mansão Blue Ridge Madam, construída pelo bisavô de Willa durante a época área de Walls of Water, e outrora a mais grandiosa casa da cidade, foi durante anos um monumento solitário à infelicidade e ao escândalo. Mas Willa soube há pouco que uma antiga colega de escola – a elegante Paxton Osgood – da abastada família Osgood, restaurou a Blue Ridge Madam e a devolveu à sua antiga glória, tencionando transformá-la numa elegante pousada. Talvez, por fim, o passado possa ser deixado para trás enquanto algo novo e maravilhoso se ergue das suas cinzas. Mas o que se ergue, afinal, é um esqueleto, encontrado sob o solitário pessegueiro da propriedade, que com certeza irá fazer surgir coisas terríveis. Pois os ossos, pertencentes ao carismático vendedor ambulante Tucker Devlin, que exerceu os seus encantos sombrios em Walls of Water setenta e cinco anos antes, não são tudo o que está escondido longe da vista e do coração. Surgem igualmente segredos há muito guardados, aparentemente anunciados por uma súbita onda de estranhos acontecimentos em toda a cidade.
Walls of Water é uma mansão que antigamente pertencia a família de Willa Jackson e que foi comprada pela família Osgood. Agora perto da comemoração do 75º aniversário do Clube Social Feminino da cidade a casa entrou em reforma para ser inaugurada durante um grande baile de gala. Willa é uma das convidadas já que sua avó foi uma das fundadoras do clube, mas não sente a mínima inclinação à comparecer. Apesar de Paxton, ex-colega de Ensino Médio estar disposta a convencê-la, o que não melhora em nada as coisas já que as duas nunca foram amigas e não poderiam ser mais diferentes uma da outra. Tudo começa a mudar quando Colin Osgood, irmão de Paxton, volta a cidade. Com ele tudo que parecia ter ficado no passado ressurge, tanto na velha mansão como na vida daqueles jovens que um dia foram tão diferentes e que agora voltam a se redescobrir. Amizade, relacionamentos e conhecimento de si mesmo estão em todas as páginas desta narrativa.
Sabe aquele livro que você julga pela capa? Pois bem, quando anunciei aqui o lançamento de O pessegueiro eu tinha absoluta certeza da minha vontade de lê-lo, sem nem ao menos ter lido a sinopse. Algo nele me chamava a atenção e assim que recebi coloquei ele na pilha de futuras e breves leituras. Esta narrativa não é nada do que eu esperava, alias nem me lembro exatamente o que eu esperava encontrar. E mesmo assim eu me senti surpreendida. O Pessegueiro tem vários dos elementos que me encantam em uma história. É uma narrativa que te transporta para situações simples, que emocionam, em que a história dentro da história fascina.
"A garota que ela era não aprovaria a mulher que ela se tornara. Aquela garota sempre presumiu que, nessa idade, ela seria tão feliz quanto havia sido naquela época. O que aconteceu?"
A narrativa começa exatamente quando Willa recebe o convite da comemoração, mas tudo passa a acontecer quando o irmão de Paxton volta a cidade para
fazer o paisagismo da velha mansão. Com o decorrer da narrativa cada
personagem passa a se conhecer melhor e o relacionamento entre Willa e
Colin Osgood vai levando o leitor a se apaixonar por cada parte do que
vem acontecendo. No entanto, nem só de amor se faz um livro, e este é recheado com
um lado sombrio e misterioso, o que dá gás a narrativa e sai do âmbito
casal apaixonado. Pra mim a melhor parte desta narrativa é a forma
como com o passar do tempo os personagens acabam descobrindo que talvez
eles tenham deixado um pouco de si para trás. Mas este não é um livro que
fala apenas sobre aprendermos a nos conhecer ou sermos nós mesmo, mas
também sobre a força da amizade e da lealdade, bem como sobre a diferença que pessoas que estão
nos bastidores podem fazer na nossa vida.
Os personagens foram muito bem construídos, cada qual vivendo da forma que acreditavam ser melhor quando na verdade esqueceram e deixaram de lado muito do que foram um dia. Pessoas que se conheciam há anos e se julgavam sem nem ao menos trocarem palavras começam a se conhecer melhor. Enquanto eu lia me dava conta de que eu mesma conhecia mais de Willa do que ela mesma. Quanto a Paxton Osgood, ao mesmo tempo em que parecia ser uma mulher decidida e determinada ela também demonstravam ser absurdamente infantil, talvez pela influência da mãe. Isso não chega a ser ruim, apenas me senti com vontade de sacudi-la para trazê-la a realidade dos seus 30 anos. Já Sebastian e Colin foram dois personagens fascinantes, o que não me agradou é que tive a sensação de que poderiam ser melhor usados.
A narrativa em terceira pessoa é em sua maioria feita pela visão de Willa e Paxton mas personagens secundários aparecem em momentos necessários. Portanto, se é capaz de entender um pouco de como cada um deles pensam e vivem, suas certezas e convicções estão inseridas nas páginas de forma que o leitor não precise de muito para entendê-los. O que mais me chamou atenção foi que vários quotes pareciam escritos para mim, isso me tocou de forma a me emocionar fazendo com que eu parasse a leitura algumas vezes para poder refletir sobre o assunto.
Enquanto escrevia essa resenha senti que poderia dizer-lhes muito mais, além disso surgiu um certo receio de não estar passando para vocês exatamente o que gostariam de saber. Mas acredito que isso aconteça sempre que li um livro muito bom, nunca me sinto satisfeita com o que digo. Para finalizar, eu diria que O Pessegueiro é um romance com sua dose de mistério, e drama que todos os apaixonados pelo passado deveriam ler.
Quotes do Livro:
"Quando você fica sabendo o segredo de alguém, seus próprios segredos não estão mais seguros. Ao desencadear um, todos vêm a tona"
"[...] Mas aquelas garotas com quem ela crescera foram uma parte muito importante de sua vida. Se todas as suas velhas amizades lhe aparecessem agora, ela as protegeria até o último suspiro, o que, obviamente, significava muito pouco, e era tarde demais."
"- A felicidade é um risco. Se você não sentir um pouquinho de medo, não está fazendo a coisa certa."
"- Meu passado sempre estará comigo. É parte de quem eu sou. E eu achei que não houvesse uma única pessoa no mundo que pudesse saber tudo a meu respeito e me amar mesmo assim."
Simplesmente quero ler esse livro há algum tempo. Como você, também me apaixonei pela capa, sem nem mesmo me importar com a sinopse. Desde que li A Garota que perseguiu a lua, penso na Sarah Addison como uma autora de histórias mágicas, doces e tocantes. Fico bem feliz de ler a primeira resenha do livro e ser positiva, mesmo que eu vá ler de qualquer jeito :) Bjoo
ResponderExcluirssentrelivros.blogspot.com.br
Achei o livro interessante por não ser só de amor e sim tratar de outros assuntos (que é algo bem diferente do que eu pensei quando li o título e vi a capa kkk), enfim, não acho que vou ler tão cedo mas sempre tem as vezes que da vontade de ler algo diferente kkk
ResponderExcluirO livro deve ser bom mesmo? com uma leitura gostosa que prende o leitor. Eu tinha vontade de ler o livro, por causa da capa. ahuahauh Ela é muito linda, apaixonante. Mas agora lendo uma resenha, me bateu aquele interesse também pela história. Ler livros com personagens bem construídos e que ainda nos trazem reflexões é o que há! rs Adorei os quotes. :))
ResponderExcluirMe interessei pelo livro desde que vi e me senti muito satisfeita lendo essa resenha por saber que você gostou. Não creio que seja a melhor história do mundo, mas deve ter um toque que apaixona e encanta quem ler. Ainda não li nada da Sarah, mas não vejo a hora de conhecer a escrita dela.
ResponderExcluirPela capa eu achei que se tratava de um romance histórico. O.o
ResponderExcluirAceito o livro emprestado, viu? ;)
É um perigo começarmos uma leitura com as expectativas, mas é muito gratificante quando essas expectativas são superadas. E isso aconteceu com você, né?!?!
ResponderExcluirQuando chega o ponto em que alguns quotes batem bem fundo no nosso coração, já era. kkkkk
@_Dom_Dom