Resenha Jardim de Inverno - Kristin Hannah

Título: Jardim de Inverno
Autora: Kristin Hannah
Editora: Novo Conceito
Lançamento: 2013
Skoob

Sinopse: Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas. A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história. Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.

Meredith e Nina Whiston são irmãs e seguiram caminhos completamente diferentes. Os anos de descaso por parte da mãe as fez seguir cada uma seu caminho em busca de ser tudo o que a mãe não conseguiu ser. Nina é uma fotojornalista que viaja o mundo em busca da imagem perfeita que retrate o sofrimento das mulheres que estão sempre lutando nesse mundo. Meredith é uma executiva, mãe e exemplar dona de casa que vê seu casamento ruir aos poucos. O que as liga? O conto que a mãe Anya contava na infância sobre uma terra gelada, duendes e príncipes. Mas isso a muito foi perdido e agora que o pai morreu elas precisam descobrir uma forma de fazer a mãe contá-lo novamente, como uma última promessa ao homem que foi o fio que ligava aquela família. Ao mesmo tempo não podem deixar suas próprias vidas desmoronarem.

Quando peguei o livro para ler já sabia que as lágrimas seriam inevitáveis, já haviam me informado que era bastante triste, mas sou persistente e lá fui eu. Imaginava que iria odiar Anya, a mãe de Nina e Meredith, de cara, mas me dei conta que a personagem tem um motivo, que ainda não conhecemos, mas que parece ser bem trágico. Acontece que quem me despertou um certo sentimento de ódio foi Meredith. Ela é a filha mais velha e esteve toda sua vida focada a não ser como a mãe e no fundo ela é exatamente igual ou talvez pior, mas acalmem-se isso é apenas no início do livro. Ela geralmente esconde o que sente e prefere calar-se a se mostrar fraca, mas sim ela também tem suas fraquezas e tem muito a aprender com a história da mãe.

Já Nina é uma personagem viva, cheia de sangue aventureiro correndo pelas veias e que vive pelo seu trabalho, deixando amor, família e todo o resto em segundo plano. Depois da morte do pai ela não consegue se manter por perto, mas sabe que terá que voltar pois foi a ela que o pai pediu que escutassem todo o conto de fadas que a mãe nunca terminou de contar. E é graças a determinação de Nina que a história começa a ser narrada. Foi a partir desse momento que me senti realmente envolvida pela narrativa e pude ignorar as chatices de Meredith.

O Conto de Anya é narrado em pequenas partes intercalando com a história dessas três mulheres que tem muito a aprender uma com a outra. Uma história de superação e muito sofrimento que transmite magia até um certo ponto. Durante a narrativa da personagem o leitor mergulha dentro de sua história e não há como não se emocionar. Eu sempre disse que histórias de amores perdidos me deixam abalada, fico com a sensação de que o tempo  poderia ter sido usado de outra forma, mas as vezes é simplesmente inevitável seguir em frente. Sei que talvez não seja absolutamente justificado o desprezo que Anya teve para com as filhas, mas tem certas dores que nunca nos deixam e acredito que não julgar as pessoas é essencial neste processo. A personagem passou por muito sofrimento e abnegação pelos filhos e é até possível compreender o porquê de suas atitudes.

Quanto a capa eu finalmente posso dizer que a Novo Conceito fez um excelente trabalho ela é muito linda e já de cara nos colocar de frente com a narrativa. A diagramação é boa e não encontrei muitos erros de ortografia, nas partes em que Anya narra o conto as letras são itálicas, isso pode parecer meio sem sentido mas de alguma forma isso ajudou a me trasportar para a Rússia de 1941. Recomendo muito!!!

Dominante e triste!

Quotes do Livro:

"Aos 12, ela já havia descoberto os espaços vazios que cresciam entre as pessoas."

"Talvez pensasse que o tempo era mais elástico, ou o amor mais capaz de perdoar."

"Cada escolha mudava a estrada pela qual se seguia e era fácil demais terminar indo na direção errada."

Júh

              Zanotti