Sangue por SangueLobo por Lobo #2
Autora: Ryan Graudin
Editora Seguinte440 Páginas
SkoobSinopse: Para o Terceiro Reich, a Segunda Guerra Mundial pode ter acabado, mas para a resistência a luta está apenas começando. Yael é sobrevivente de um campo de extermínio e tem uma habilidade especial é uma metamorfa, capaz de mudar a aparência física e assumir a forma de qualquer pessoa. Ela também é uma garota em fuga o mundo acabou de vê-la atirar e matar Adolf Hitler. Yael é a inimiga número 1 da Germânia e de seus aliados, e vai precisar se infiltrar no território inimigo mais uma vez se não quiser pagar com o seu próprio sangue. Em meio a segredos sombrios acompanhados por verdades obscuras, apenas uma pergunta paira na mente de todos do grupo de Yael o quão longe você iria por aqueles que você ama.
Começamos em Sangue por Sangue exatamente no momento em que encerra Lobo por Lobo. Depois de ter de certa forma fracassado em sua missão Yael consegue fugir, mas se a tentativa de assassinar o Führer em frente as câmeras pode ter falhado a determinação de Yael continua a mesma. Porém, nem sua habilidade de trocar de forma irá protegê-la de todos. Luka Lowë, o infame garoto que passou a perna em Yael na corrida passa a segui-la, e seu segredo não está mais a salvo. Porém, devido as decisões que tomou no final do último livro Luka se vê preso a Yael, e agora eles precisam se juntar e fugir, cada um por sua própria segurança, o problema é que Lowë é um rosto bastante conhecido e se torna um risco a mais para a jovem metamorfa. Talvez o grande problema de Yael seja confiar demais quando todos podem traí-la em um piscar de olhos.
O que posso dizer? Finalmente o Tour do Eixo teve um fim! pelo menos a edição da qual Yael participou. Não, que a ideia de Graudin não tenha sido interessante ou que ela não a tenha explorado bem, o problema é que este recurso acabou deixando pouco espaço para ação na narrativa. Apesar dos cenários estonteantes e de alguma cenas de tirar o fôlego eu definitivamente esperava mais de Lobo por Lobo neste quesito. Então, devo dizer também que foi neste ponto que Sangue por Sangue me ganhou.
Além da necessidade de fugir Yael ainda ambiciona completar seu plano inicial mesmo sem saber como. Infelizmente nesse ponto eu achei a ideia vaga demais, porém há de se levar em conta que a segunda tentativa de assassinar o Führer não teve muito tempo de ser planejada e a estratégia aqui é bem mais simples do que a anterior. Contudo, ela dá espaço a mais ação, o que como já disse faltou no livro anterior. Devido a isso achei o romance que já vinha dando os primeiros passos em Lobo por Lobo, totalmente desnecessário. Luka e Yael funcionavam para mim melhor como amigos do que como um casal. A lealdade e amizade são pontos fortes aqui, e conseguimos perceber isso através das narrativas alternadas.
Através do ponto de vista variado entre Yael, Luka e Felix absorvemos diferentes perspectivas com relação a lealdade. Em certos momentos confesso que senti nojo de alguns personagens, mas é compreensível visto que aqui todos estão mais que dispostos a tudo para ou alcançar seus objetivos ou protegerem quem amam. O que demonstra que a autoras soube desenvolver as diversas personalidade muito bem.
"– Todas essas habilidades que ensinei são fardos. Não presentes. Tirar a vida também tira algo seu. Quando decidir matar, tome cuidado para que seja pelos motivos certos. Tome cuidado para que consiga viver com a decisão."
Algo que notei em Sangue por Sangue foi que Ryan Graudin planejava trazer algumas surpresas para narrativa, outra coisa que não funcionou muito bem para mim, mas isso se deve ao fato de eu já esperar por elas desde o livro anterior, foram detalhes previsíveis e que não chegaram a me surpreender. Porém, a forma como algumas coisas aconteceram foram completamente inesperadas, mesmo quando o ocorrido já havia sido previsto. A história de Yael, seus lobos e personagens que fazem parte de sua vida é ainda mais presente aqui. Neste livro poderemos descobrir um pouco mais sobre o que realmente aconteceu com ela no laboratório do Dr. Geyer e como as coisas ficaram depois de sua fuga.
O que continua bastante interessante é a forma como a autora integra sua ficção à história do mundo. É necessário aqui muito cuidado tanto com os personagens reais como com a atitude dos fictícios. Se em alguns momentos não me senti completamente surpreendida o desfecho foi mais do que importante para que essa não fosse uma impressão geral da obra. Só tenho que dizer que houve ali algo desnecessário que partiu meu coração.
"Yael não era um monstro. Luka não era a próxima geração do nacional-socialismo. Eles eram o que o Reich mais temia. Uma garota judia e um menino alemão segurando o futuro e o passado de mão dadas."
Enfim, uma opinião bem controversa mas que ao final da leitura tornou-se relevantemente satisfatória. Levando em conta que li o livro em poucas horas posso afirmar que a leitura flui muito bem, e que a parte da ação é de tirar o fôlego em muitos momentos. Sangue por Sangue foi um desfecho adequado para uma duologia que já havia me conquistado no primeiro livro, apesar de esperar menos previsibilidade a profundidade da narrativa é essencial para manter o leitor atento. No mais, eu se fosse você já teria dado uma chance a Ryan Graudin.
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