[Resenha] A queda dos Reinos - Morgan Rhodes

A Queda dos Reinos

A Queda dos Reinos #1

Autora: Morgan Rhodes

Editora Seguinte

400 Páginas 

Skoob

Sinopse: Nos três reinos de Mítica, a magia estava esquecida desde tempos imemoriais. Depois de séculos de uma paz mantida a muito custo, certa agitação começa a emergir. Enquanto os governantes lutam cegamente pelo poder, seus súditos têm suas vidas brutalmente transformadas com a eclosão repentina da guerra. É assim que o destino de quatro jovens - três herdeiros e um rebelde - acabam interligados para sempre.
Cleo, Jonas, Lucia e Magnus vão ter de lutar, cada um à sua maneira, em um mundo revirado pela guerra, onde imperam traições inesperadas, assassinatos brutais, alianças secretas e paixões arrebatadoras.

Quando resolvi ler A Queda dos Reinos, foi por indicação, muitos das pessoas que haviam lido tinham mil maravilhas a falar sobre a história, e mesmo sabendo que não devo confiar na opinião de todo mundo lá fui eu dar uma chance a Morgan Rhodes. Fui me arrependendo dessa decisão aos pouquinhos. Entendam, a história tem um potencial incrível, mas foram tantos os meus incômodos com desenvolvimento e personagens que nem os diversos plot twist salvaram a minha opinião.

A Queda dos Reinos nos apresenta uma fantasia medieval, em que o cenário é o continente Mítica, divido entre três países distintos cada qual tem suas próprias características:

Auranos é o reino prospero rico e desenvolvido, mas seus habitantes deixaram de crer nos Deuses e na magia há muitos anos. Lá vive Cleiona, filha do Rei Corvin, e uma jovem mimada e impetuosa, que não se importa muito com regras e faz o que pode sem se preocupar com as consequências.

Paelsia é o reino mais pobre, com uma vegetação árida eles sobrevivem do comércio de vinhos, contudo seu povo se sente explorado, já que os outros dois reinos nunca se quer levantaram um dedo para ajudá-los em suas necessidade. O estopim para a revolução que levará a guerra acontece em Paelsia quando o irmão de Jonas é assassinado por um dos nobres de Auranos.

Limerios está no meio termo, apesar de seu rei, Gaius, acreditar piamente em sua Deusa seu reino vem aos poucos se deteriorando. Vivendo em um inverno constante o Rei é tão frio e impiedoso quantos as menores temperaturas e mais conhecido como Rei Sanguinário. Ambicioso e egoísta ele irá se juntar a Paelsia com a intenção de derrotar Auranos, e seus dois filhos Magnus e Lucia serão levados pela correnteza de suas decisões.

Nossa, isso parece mostrar uma história bem empolgante não é mesmo? Mas não é. Tudo na narrativa da autora acontece rápido de mais e tirando um ou dois personagens todos estão pronto para serem cruéis ou amargurados, o que tornou a leitura bem chatinha e repetitiva. 

Jonas só sabia pensar em vingança e o quanto precisava de Justiça. O problema é que isso não foi bem construído. A todo momento que ele aparecia viamos esses sentimentos tão exacerbados, ainda assim é possível ver alguns vislumbres de que o personagem não é exatamente ruim. Mas essa raiva poderia não ser apenas um fato, deveria ser algo mais consistente.

Magnus apesar de sua personalidade rebelde, não fazia mais do que tentar agradar o maldito pai e choramingar pelos quatro cantos de Mítica sobre seu amor proibido, e olha que ele foi o mais explorado dos personagens. Senti que o personagem se perdeu no decorrer da história e minhas previsões para o que irá lhe acontecer não são boas, Mas com certeza é o melhor personagem.

"Foi quando seu coração, partido em milhares de pedaços, lentamente começou a se transformar em gelo."

Lucia, é totalmente sem sal nem açúcar, aquele tipo de personagem que abaixa a cabeça para tudo e não se questiona se algo está certo ou errado, apenas aceita as decisões que tomam por ela.

Cleiona que eu esperava que fosse dar algum gás a obra, sendo uma princesa cheia de garra e guerreira é ingênua, impulsiva e se coloca em perigo constantemente, só esperando ser salva. Além disso, ela é facilmente oprimida, não usa sua personalidade para o que deveria ser usada. 

Então não preciso dizer que os personagens principais não me agradaram muito, não senti muita consolidação em nenhum deles. Por boa parte das cenas eles são movidos por atitudes idiotas, raiva, vingança, mas é tudo muito raso, não dá para acreditar nesses sentimentos, ainda assim acho que fazê-los assim foi uma decisão intencional da autora, com se ela tivesse se preocupado em mostrar que todos tem uma lado bom e ruim, menos o Rei Gaius e o chefe Paelsiano, esses dois são só ambição e ostentação. A Guerra desencadeada pelos dois acontece muito rápido, o que já era de se esperar, mas eu queria que a autora tivesse inserido um pouco mais de tensão neste momento, para deixar o leitor apreensivo com o desfecho da história.

"O ódio é uma emoção muito forte. Muito mais poderoso do que a indiferença. Mas aqueles que queimam com ódio também podem amar muito intensamente. Eles não podem? Quando você odeia ou ama o faz com todo seu coração? Tanto que se sente como se você pudesse morrer por causa disso?"

Para piorar um pouco mais as coisa a autora inseriu no enredo um romance miojo totalmente desnecessário. O típico "princesa se apaixona por guarda e pensa em viver amor proibido". Ok, se esse relacionamento tivesse sido bem explorado e não acontecesse de forma tão instantânea como foi seria uma adição interessante a narrativa. Mas como nem a tensão da obra foi bem elaborada ele foi indiferente. Senti que tudo no livro foi bem superficial, o romance repentino, a magia de Lucia, nada tem uma origem ou é explicado simplesmente acontece.

Todos esses pontos que expus fizeram com que eu achasse a leitura muito forçada, se segui a diante com o livro é porque me disseram que melhora bastante nos próximos volumes. Como já tenho a continuação "A Primavera Rebelde" logo mais vou dar seguimento a série e espero sinceramente não ser tão decepcionante como esse primeiro.

Para finalizar tenho que dizer que o único ponto positivo foi o fato de a autora conseguir manter minha curiosidade, duas estrelas por eu não tê-lo tacado pela janela antes do fim. E também porque apesar do que disse sobre Magnus quero saber mais sobre ele, foi o personagem que mais me chamou atenção, só espero que passe a tomar atitudes mais sábias do que as que tomou nesse primeiro volume. Bom é isso, como vocês já sabem livros funcionam de formas diferentes para diferentes leitores, então não vou dizer a vocês para não ler, dê uma chance, sei que muita gente gostou.