Como leitora atrasada que sou e pelo fato de estar um pouco distante das redes sociais descobri só agora uma notícia que eu esperava há anos: Dragões de Éter - Estandartes de Névoa finalmente ganhou uma promessa mais sólida.
No dia 13 de setembro Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas, primeiro livro da série que anteriormente era uma trilogia, completou 10 anos da primeira publicação, e pensando nos fãs que sempre o questionam sobre a tão prometida continuação da série, Raphael Draccon compartilhou em seu Facebook a notícia de que está trabalhando na produção do novo livro de Dragões de Éter e também compartilhou o prólogo da obra para deixar todo mundo ainda mais inquieto com a publicação.
Publicação no Facebook de 13/09/2017
Porque hoje Dragões de Éter completa DEZ ANOS.
É louco pensar nisso, né? Eu sei. O primeiro livro chegou ao público em 13 de setembro de 2007 na Bienal do Livro do RJ.
O mais incrível é que eu me lembro me sentando diante da tela de um computador mais velho que o tempo lá em 2001, doente, e com a internet discada cortada pela falta de pagamento do telefone, com o intuito de iniciar o acesso a esse mundo fantástico.
E então veio a primeira frase no word: "E um lobo lhe devorou a avó..."
A frase que iniciou a narrativa.
A frase que iria mudar a minha vida.
Aos poucos o nome da obra me foi revelado. Dragões são o símbolo máximo da fantasia. O éter era o elemento do universo, o que nos liga aos sonhos. Unidos eles formavam uma metáfora para "uma fantasia que você alcança através dos seus sonhos".
"Dragões de Éter."
De lá pra cá, tanta coisa aconteceu. A obra venceu a descrença do mercado e mesmo de colegas escritores, bem como o preconceito de alguns leitores referentes à literatura fantástica nacional. Ela foi aos poucos ganhando seu público e seu espaço no boca a boca, contra tudo o que seria lógico, baseado apenas em uma magia que por algum motivo tinha de existir ao redor. Até que o box com a trilogia foi lançado no Submarino em 2010 - com direito a um show pirotécnico digno de Comic-Con que tremeu a Bienal de SP - e se tornou um fenômeno editorial, permanecendo cinco anos consecutivos (!) como o livro nacional mais vendido do site e me fazendo viver até hoje de direitos autorais. Além disso a trilogia superou fronteiras, chegando em Portugal e mesmo no México, onde se tornou "Dragones de Éter" e atingiu o 4° quarto lugar da lista mexicana.
Eu vi leitores crianças se tornarem adolescentes universitários. Conheci pessoas que repensaram suas vidas, até mesmo venceram síndromes de pânico para ir até a Bienal de SP buscar um autógrafo. Vi pessoas relatarem que a obra lhes ajudou a entender a morte de parentes, ou lhes ajudou a esquecer pensamentos de morte.
E não há direito autoral suficiente que pague relatos como esses até hoje.
E então, desde o fim da trilogia, vocês me cobram por Dragões de Éter 4 todos os dias. Em todos os eventos. Em todas as redes sociais. E eu entendo vocês.
Afinal, são os semideuses que mantêm Nova Ether viva.
Ao longo desse tempo eu escrevi outras histórias e expandi meus universos. Mas eu sabia que Nova Ether iria me chamar novamente no tempo certo.
Hoje esse tempo chegou.
Porque hoje eu posso enfim negociar "Dragões de Éter - Estandartes de Névoa".
O livro ainda está em produção e eu não sei dizer quanto tempo ele levará para ser finalizado. São muitos detalhes, muitas cenas a serem revividas e reestudadas. Mas, ao menos, eu posso dizer a vocês que hoje em dia ele está em produção.
Além disso, existe uma dívida. Vocês mantiveram essa série viva até hoje. E vocês merecem uma recompensa.
Então é justo, aproveitando essa imagem espetacular que ganhei do leitor Alessandro P. Santos na Bienal do RJ desse ano (onde tudo começou) com os personagens e o logo no estilo Final Fantasy (um dos motivos dessa série existir), que no dia de hoje vocês possam ler junto comigo o prólogo desse livro que vocês tanto me cobram diariamente.
É justo que vocês possam sentir que é real esse nosso compromisso.
É justo que vocês possam sentir que Nova Ether continua viva.
Por isso, antes de viajarmos juntos, eu primeiramente queria reforçar: obrigado, semideuses. Obrigado por me trazerem até aqui. Obrigado por mudarem a minha vida.
Obrigado por serem a minha maior fantasia.
Como o seu bardo eu posso apenas lhes prometer a minha melhor narrativa.
Agora peguem a minha mão. Afinal, vocês já sabem como funciona o processo.
Inspirem fundo, sintam as batidas dos seus corações se unindo ao meu e viajem novamente comigo para Nova Ether em um...
E dois...
E três."
______________
DRAGÕES DE ÉTER - ESTANDARTES DE NÉVOA
Dizem que o nome dele significa “mau conselho”.
Talvez isso seja uma invenção depreciativa, pois é normal que o homem comum se vingue de pessoas a ele extraordinárias de formas assim. Dizem que é filho dos pais errados, que se casou com as mulheres incorretas e que tomou as piores decisões. Há diferentes versões de sua origem, de sua paternidade, de seus ideais e de seus motivos. Talvez tenha matado menos homens do que deveria. Talvez mais. Talvez ele tudo tivesse feito acreditando ser o melhor para a própria pátria e toda humanidade afetada por ela, pois existe um fardo nas mãos dos homens que fazem História, que sempre é difícil de ser julgado.
O fato é que muito se diz e muito pouco se tem certeza. Não se sabe exatamente hoje em dia em que local ele está. Que aparência assumiu. Quantos aliados viajam com ele, e mesmo se ainda existe um aliado disposto ao feito. Na verdade, não se sabe mesmo se aquele homem tem aliados. E, se tiver, uma taberna inteira apostaria ainda assim que nenhum seria capaz de admitir isso.
Isolado como um urso, diziam no sul que viajava por caravanas com nomes falsos e roupas maltrapilhas, cheirando pior do que mendigos e gerando reações parecidas com a passagem de um leproso. Já ouvi um bardo manco dizer, entretanto, que um homem com lepra chama muito atenção e um renegado jamais iria querer isso para si. Parece um raciocínio sensato. No norte, costumam dizer que viajava cheirando pior do que orcos, o que convenhamos é mais depreciativo do que a comparação do sul, e que carregava sua armadura consigo e se apresentava como um cavaleiro longe de casa.
Não deixaria de ser uma mentira.
Quando caminhava, costumava fazer em silêncio, como se ninguém quisesse ouvir sua voz. Ou suas explicações. Quando de pé parecia sempre curvado, mas não como uma bruxa corcunda de poucos dentes, mas simplesmente um homem que carregava um mundo nas costas. Quando desembainhava a espada, não parecia diferenciar a frieza com que a embainhava. Quando dormia, precisava ainda assim estar em alerta, como se houvesse sempre alguém pré-disposto a matá-lo.
Muitos já o viram lutar e essas histórias ao menos possuem relações. Porque em todas elas, seja nas versões do sul ou do norte, existiam referências à sua habilidade para matar. Algumas histórias comentam que suas vitórias eram baseadas na experiência, afinal, um homem caçado o tempo inteiro tinha de aprender alguma coisa. Outras insistiam que possuía um estilo sujo como sua índole, e ludibriava os inimigos de maneiras desonrosas.
Essas, porém, não eram as melhores histórias.
Verdadeiras ou não, as melhores narrativas contavam como aquele homem seria hoje o maior cavaleiro em atividade em todo o mundo. Se não fosse, claro, renegado por todas as ordens de cavalaria.
Desenhos de seu rosto, baseados em suposições e relatos incompletos, enfeitavam as paredes de estabelecimentos de regiões diferentes, e variavam a recompensa escrita em letras garrafais. Não importava o valor, contudo, pago por uma coroa real. Todos os valores valiam à pena. Mercenários de muitos lugares o perseguiram. Caçadores de recompensas buscaram não apenas o pagamento pelo trabalho assassino, mas também a fama de concluí-lo. De fato, muitos tentaram o feito.
Ele matou todos.
Atrás de seus caminhos desenhava-se um rastro de sangue que corria como um rio torto. Era um homem cuja passagem vertia lágrimas. Era um espírito condenado à escravidão da própria escuridão ao seu redor. E, quando um homem caminha com muita treva ao redor de si próprio, ele possui apenas dois caminhos: acabar cego ou acostumado. No primeiro caso, ele jamais voltará a enxergar qualquer claridade. No segundo, ele pode se acostumar com o breu e passar a se incomodar com a luz.
Não importa qual caminho ele escolha nesse caso.
Ambos lhe custarão a paz interna.
Logo, era um homem indiferente à guerra ou à paz. Provavelmente o fardo que o perseguia houvesse influenciado isso. As pessoas dirão que não, que era sua índole e que ele merecia padecer em Aramis com os glóbulos oculares arrancados dentro de tigelas de água borbulhando, escutando o gargalhar de bruxas que se divertiam com a desgraça do mundo. Como dito, contudo, é difícil julgar o fardo dos homens que fazem História. Assim como também é difícil condenar a recepção do mundo a esse tipo de fardo.
Mas uma coisa, não importa em qual lenda, não importa em que cultura ou continente, recaía unanime sobre ele.
Todos o odiavam.
Talvez aquele homem tenha matado mais do que deveria. Talvez menos. Mas um único homem morto por ele fora suficiente para torná-lo o homem mais odiado do mundo.
Porque um dia ele matou Arthur Pendragon.
Dizem que o nome dele significa “mau conselho”.
Talvez isso seja uma invenção depreciativa, pois é normal que o homem comum se vingue de pessoas a ele extraordinárias de formas assim. Dizem que é filho dos pais errados, que se casou com as mulheres incorretas e que tomou as piores decisões. Há diferentes versões de sua origem, de sua paternidade, de seus ideais e de seus motivos. Talvez tenha matado menos homens do que deveria. Talvez mais. Talvez ele tudo tivesse feito acreditando ser o melhor para a própria pátria e toda humanidade afetada por ela, pois existe um fardo nas mãos dos homens que fazem História, que sempre é difícil de ser julgado.
O fato é que muito se diz e muito pouco se tem certeza. Não se sabe exatamente hoje em dia em que local ele está. Que aparência assumiu. Quantos aliados viajam com ele, e mesmo se ainda existe um aliado disposto ao feito. Na verdade, não se sabe mesmo se aquele homem tem aliados. E, se tiver, uma taberna inteira apostaria ainda assim que nenhum seria capaz de admitir isso.
Isolado como um urso, diziam no sul que viajava por caravanas com nomes falsos e roupas maltrapilhas, cheirando pior do que mendigos e gerando reações parecidas com a passagem de um leproso. Já ouvi um bardo manco dizer, entretanto, que um homem com lepra chama muito atenção e um renegado jamais iria querer isso para si. Parece um raciocínio sensato. No norte, costumam dizer que viajava cheirando pior do que orcos, o que convenhamos é mais depreciativo do que a comparação do sul, e que carregava sua armadura consigo e se apresentava como um cavaleiro longe de casa.
Não deixaria de ser uma mentira.
Quando caminhava, costumava fazer em silêncio, como se ninguém quisesse ouvir sua voz. Ou suas explicações. Quando de pé parecia sempre curvado, mas não como uma bruxa corcunda de poucos dentes, mas simplesmente um homem que carregava um mundo nas costas. Quando desembainhava a espada, não parecia diferenciar a frieza com que a embainhava. Quando dormia, precisava ainda assim estar em alerta, como se houvesse sempre alguém pré-disposto a matá-lo.
Muitos já o viram lutar e essas histórias ao menos possuem relações. Porque em todas elas, seja nas versões do sul ou do norte, existiam referências à sua habilidade para matar. Algumas histórias comentam que suas vitórias eram baseadas na experiência, afinal, um homem caçado o tempo inteiro tinha de aprender alguma coisa. Outras insistiam que possuía um estilo sujo como sua índole, e ludibriava os inimigos de maneiras desonrosas.
Essas, porém, não eram as melhores histórias.
Verdadeiras ou não, as melhores narrativas contavam como aquele homem seria hoje o maior cavaleiro em atividade em todo o mundo. Se não fosse, claro, renegado por todas as ordens de cavalaria.
Desenhos de seu rosto, baseados em suposições e relatos incompletos, enfeitavam as paredes de estabelecimentos de regiões diferentes, e variavam a recompensa escrita em letras garrafais. Não importava o valor, contudo, pago por uma coroa real. Todos os valores valiam à pena. Mercenários de muitos lugares o perseguiram. Caçadores de recompensas buscaram não apenas o pagamento pelo trabalho assassino, mas também a fama de concluí-lo. De fato, muitos tentaram o feito.
Ele matou todos.
Atrás de seus caminhos desenhava-se um rastro de sangue que corria como um rio torto. Era um homem cuja passagem vertia lágrimas. Era um espírito condenado à escravidão da própria escuridão ao seu redor. E, quando um homem caminha com muita treva ao redor de si próprio, ele possui apenas dois caminhos: acabar cego ou acostumado. No primeiro caso, ele jamais voltará a enxergar qualquer claridade. No segundo, ele pode se acostumar com o breu e passar a se incomodar com a luz.
Não importa qual caminho ele escolha nesse caso.
Ambos lhe custarão a paz interna.
Logo, era um homem indiferente à guerra ou à paz. Provavelmente o fardo que o perseguia houvesse influenciado isso. As pessoas dirão que não, que era sua índole e que ele merecia padecer em Aramis com os glóbulos oculares arrancados dentro de tigelas de água borbulhando, escutando o gargalhar de bruxas que se divertiam com a desgraça do mundo. Como dito, contudo, é difícil julgar o fardo dos homens que fazem História. Assim como também é difícil condenar a recepção do mundo a esse tipo de fardo.
Mas uma coisa, não importa em qual lenda, não importa em que cultura ou continente, recaía unanime sobre ele.
Todos o odiavam.
Talvez aquele homem tenha matado mais do que deveria. Talvez menos. Mas um único homem morto por ele fora suficiente para torná-lo o homem mais odiado do mundo.
Porque um dia ele matou Arthur Pendragon.
Olá! tudo bem?
ResponderExcluir10 anos de lançamento e eu nunca li a serie, socorro kkk
Gostei do prologo do novo livro. Vou ver se eu consigo ler a série antes do lançamento, beijos.
Mais uma das séries que tenho muita vontade de ler...Que bacana tua postagem detalhando mais sobre ela e sobre seus 10 anos de lançamento!Fiquei ainda mais curiosa!
ResponderExcluirOi, Ju!!
ResponderExcluirNossa 10 anos para ser lançado a continuação da série?! Fiquei bem surpresa com essa novidade! E gostei muito da postagem explicando um pouco sobre essa série.
Bjoss
Oi Marta, não foram dez anos para ser lançada a continuação, na verdade a série foi encerrada como uma trilogia em 2010, porém o autor prometeu um novo livro, mas devido a mudança de editora e outros fatores ele ainda não tinha dado seguimento a projeto
ExcluirSempre vi e ouvi coisas excelentes sobre os livros, mas nunca pesquisei afundo e meu Deus, são 10 anos, que surpresa (!!!), mas ainda sim, mesmo com tanto tempo após o lançamento continua tão atual e presente. Espero que o Raphael continue firme e forte na escrita da série! Se já tinha interesse antes, imagine agora, <3
ResponderExcluirBjs! :D
Olá, essa série é muito conhecida mas eu nunca parei para pesquisar mais sobre ela. Como ADORO dragões fiquei morrendo de vontade de começar a ler, mas quero que o autor finalize a saga primeiro. Beijos.
ResponderExcluirNossa Ju!
ResponderExcluirNão acommpanho a série, mas conheço muitas pessoas que aguardavam a continuação com ansiedade, espero que agora fiquem felizes...
Vou ver se consigo ler os primeiros livros, porque gosto da escrita do autor e também de livros de fantasia e se tem dragões, ainda mais.
“O primeiro passo para a cura é saber qual é a doença.” (Provérbio Latino)
Cheirinhos
Rudy
TOP COMENTARISTA DE SETEMBRO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
10 anos do lançamento do primeiro livro e a 5 eu enrolo para lê-lo, acho que chegou a hora de eu finalmente tomar vergonha na cara e ler esses livros, para quem já acompanha a série deve ser um alívio descobrir que logo mais vai poder matar a saudade e a curiosidade do que acontece com os personagens.
ResponderExcluirBeijos!
Oi! Nunca ouvi falar dessa série e estou um pouco envergonhada hahah Mas me parece ser uma história bem interessante, e por isso vou dar uma procurada nos livros. coitado de quem esperou 10 anos para esse novo livro hahah Beijos
ResponderExcluirOi Gabriela, não esperamos dez anos, a postagem foi uma comemoração aos dez anos da publicação do primeiro livro, mas tem outros três livros depois. Em 2010 a história se encerrou em uma trilogia, porém Draccon prometeu mais um livro :)
ExcluirNossa 10 anos, e só agora que descobri este livro haha que vergonha.
ResponderExcluirParece ser realmente uma boa história, tem uma premissa bem legal porém não sei se seria meu tipo de leitura.
Mas vou procurar saber mais.
beijos
Oi Ju ;)
ResponderExcluirNossa quanto tempo faz que o autor lançou o livro, é de se aplaudir chegar a um marco assim!
Ainda não tive a chance de ler Dragões de Éter, mas sempre me interessei, espero ler em breve S2
Bjos
10 anos é muito tempo e realmente merece uma comemoração. Ainda bem que o autor publicou a nota dizendo que já esta produzindo outro livro para os fãs. Nunca li a trilogia, mas já ouvi vários comentários sobre a história, inclusive vi várias resenhas bem positivas sobre a história.
ResponderExcluirEspero ter a oportunidade de ler *-*
Bj