A Rebelde do Deserto #2Autora: Alwyn Hamilton440 Páginas
Sinopse: Amani Al'Hiza mal acreditou quando finalmente conseguiu fugir de sua cidade natal nos confins do deserto, montada num cavalo de areia com Jin, um forasteiro misterioso. Em pouco tempo, porém, sua maior preocupação deixou de ser sua própria liberdade: a garota descobriu ter muito mais poder do que imaginava e acabou se juntando à rebelião, que luta para livrar o país inteiro do domínio de um sultão sanguinário.
Em meio às perigosas batalhas, Amani é traída quando menos espera e acaba se tornando prisioneira no palácio. Enquanto pensa em um jeito de escapar, ela tenta se aproximar do sultão para descobrir informações úteis para a causa rebelde. Contudo, quanto mais tempo passa ali, mais ela questiona se o governante é de fato o vilão que todos acreditam, e quem são os verdadeiros traidores do país.
Depois dos acontecimentos e revelações que ocorrem no primeiro livro Amani se vê envolvida na revolução do jovem príncipe. Apesar dessa não ter sido sua intenção inicial ela agora faz parte disto e anseia por poder ajudar seus novos amigos a alcançar o objetivo de transformar Ahmed em Sultão. Enquanto Jin está longe em uma missão, tendo ido embora sem se despedir enquanto Amani se recuperava de um tiro, os rebeldes continuam colocando seu plano de ataque e resistência em ação. Porém, em um momento de descontração o acampamento dos rebeldes acaba sendo atacado e enquanto tenta fugir Amani acaba sendo sequestrada e é entregue ao sultão. Sem acesso a seu poder por estar distante do elemento que governa a jovem rebelde precisa não só esconder quem realmente é mas também tentar ajudar os amigos de dentro do palácio. Além disso precisa de uma perspicácia tremenda para se manter viva e longe dos olhares do Sultim, um jovem prepotente que sempre teve tudo o quer e acredita ser seu direito querer ainda mais.
Não sei muito bem o que eu esperava com relação a esta continuação, mas definitivamente não acreditei que iria ter alguma surpresas relevantes, tanto com relação a antigos personagens como com os novos. Hamilton tem uma característica bastante peculiar com relação ao desenvolvimento de sua obra, ela não deixa transparecer os caminhos que as decisões dos personagens irão tomar. Isso torna boa parte da história surpreendente já que raramente antevemos o que está por vir. Ainda assim, tive algumas suspeitas confirmadas, então mesmo que o desenrolar da história seja surpreendente não é de todo oculto.
"[...] se puder ficar fora do campo de visão do seu inimigo, ele sempre vai imaginar que você tem mais força do que realmente tem."
Outro ponto interessante em A Traidora do trono é que a autora teve mais espaço para explorar as habilidades dos demdji, filhos humanos de entidades poderosas do deserto: os djinnis, seres primordiais do deserto, naturalmente hábeis com manipulações e ilusão. Ao mesmo tempo em que tem espaço para explorar essas habilidades achei que faltou abordar um pouco mais a história dos próprios Djinnis. Ao contrário de em A Rebelde do Deserto, esses personagens estão mais presentes nessa obra e mesmo conhecendo um pouco mais sobre a história e lenda desses seres poderosos acredito que faltou certa profundidade ao tratar o assunto.
"Eu era uma garota do deserto. De onde eu vinha, o mar era feito de areia. E a areia me obedecia. "
Também é possível saber mais sobre o outro lado dessa revolução que os rebeldes empreendem. Conhecemos um pouco mais sobre a história do Sultão e seus objetivos. Alias, Alwyn Hamilton nos apresenta o próprio Sultão. O personagem é aquele tipo de vilão inabalável, que trás uma calma em sua personalidade que só aumenta a sensação de perigo que ele representa. Ainda assim sua ideologia e política nos deixa em uma corda bamba, faz o leitor se questionar sobre a rebelião, se é realmente certo que ela ocorra. Toda esse clima de disputa arrefece um pouco o romance da obra. Apesar de estar presente não é exatamente o foco do livro, o que eu achei bem bom, mas confesso que senti falta de Jin durante boa parte do livro.
Falei muito sobre a revolução e bem pouco sobre o objetivo, mas não acho que seja um grande segredo que o propósito dos rebeldes seja a derrubada do Sultão e um "país" mais igualitário. O líder desta revolução é Ahmed, e apesar de ele ser uma figura masculina os personagens que realmente chamam atenção do leitor e representam a força da revolução são femininas. Todas trazem uma força e coragem excepcional, e se formos um pouquinho mais longe, olhando o outro lado desta guerra vamos notar que não há personagens fracas em nenhum dos dois lados, todas tem suas peculiaridades e modo de se fazerem "ouvir". Mas o mais importante a salientar não é a força dos personagens ou a forma com a autora conduz a história e sim o final, que é ainda mais surpreendente do que toda narrativa em si e deixa o leitor na expectativa por mais.
"Uma nova alvorada, um novo deserto!"
Enfim, A Traidora do Trono é uma sequência necessária que veio para mostrar mais dos objetivos de ambos os lado dessa guerra iminente e Amani é o centro de toda essa disputa e uma importante parte da revolução. Com relação ao trabalho gráfico não há muito o que dizer, a editora fez um excelente trabalho, a diagramação combina com a história, ou seja, a edição é um complemento da ora. No mais, se ainda não começou a ler essa série deixe de perder tempo e vá logo pegar o livro pra começar!
Adorei a resenha, Ju!!
ResponderExcluirEu fiquei encantada com o primeiro livro e já estou louca pelo segundo!!! Não vi muitas pessoas comentando, mas adorei saber que está tão bom assim. Mal posso esperar!! Principalmente porque você disse que será melhor trabalhado toda a questão de poderes e tal - que é exatamente o que eu queria na continuação!!! Por isso estou super feliz aqui!! Hahahahaha
Bjs!!
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