terça-feira, junho 07, 2016

[Resenha] Ligeiramente Seduzidos - Mary Balogh

A resenha de hoje é sobre um livro que me conquistou de certa forma, mas ainda assim me incomodou profundamente. A formula pronta de Mary Balogh precisa ser renovada e Ligeiramente Seduzidos infelizmente segue a mesma linha dos livros anteriores da série. Abaixo explico porque!
Ligeiramente Seduzidos 
Os Bedwyns # 4
Autora: Mary Balogh
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Sinopse: Jovem, estonteante e nascida em berço de ouro. É apenas isso que Gervase Ashford, o conde de Rosthorn, enxerga em Morgan Bedwyn quando a conhece, num dos bailes da alta sociedade inglesa em Bruxelas. 
Em circunstâncias normais, ele não olharia para ela duas vezes - prefere mulheres mais velhas e experientes. Porém, ao saber que Morgan é irmã de Wulfric Bedwyn, a quem Gervase culpa pelos nove anos que passou longe da Inglaterra, decide que ela é o instrumento perfeito para satisfazer seu desejo de vingança. 
Mas Morgan, apesar de jovem e inocente, também é independente e voluntariosa e, assim que entende as intenções do conde, se prepara para virar o jogo e deixar claro que não se deixará manipular por ninguém. 
Em Ligeiramente Seduzidos, quarto livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos brinda com mais uma história fascinante. Em uma trama repleta de traição e vingança, escândalo e sedução, ela mostra que o caminho para o amor pode ser difícil, mas que a recompensa faz cada passo valer a pena.
A história de Morgan é a que menos me chamava atenção na série Os Bedwyns e não foi grande surpresa quando terminei o livro e senti que ele é o mais fraco até aqui. Morgan é a irmã mais nova entre outros cinco irmãos e está enfrentando sua primeira temporada como debutante, contudo tudo ali a entedia. Assim como todos os outros irmãos ela é orgulhosa e impetuosa e será um tremendo desafio para Gervase Ashford, conde do Rosthorn, que pretende acabar com a reputação da moça por simples vingança.


Acredito que nem preciso falar demais, apenas lendo a sinopse já dá para ter uma boa intuição do que irá acontecer no decorrer da narrativa. E este é um daqueles livros que não dispensa o clichê, mas apesar disso é gostoso de ler. O problema é que o romance não me convenceu, não consegui ver o tal libertino em Gervase, sim, ele tem sua reputação, mas ainda assim senti que faltava algo. O fato de a narrativa ser em terceira pessoa sobre o ponto de vista dos dois protagonistas nos dá uma ampla visão de suas intenções e foi bastante complicado concatenar com a visão que a autora tentou passar de Gervase, justamente porque tudo ia contra a ideia de que ele é um mau caráter, mesmo quando ele estava sendo um cafajeste. O que quero dizer é que apesar das intenções bastante claras dele é perfeitamente possível ver que ele não é exatamente esse homem cruel.

Já Morgan é exatamente o que esperava, apesar de que sempre tive a percepção que ela fosse mais doce ou mais centrada que os irmãos. Porém, é ela que causa o maior escândalo da família sem se importar exatamente com sua imagem diante da sociedade. Ela é atrevida e sabe bem o que quer e quase não pensa nas consequências mesmo quando ela sabe que tudo pode ir por água a baixo. O que gostei em sua personalidade é a forma como ela se engaja para ser incluída em assuntos de real importância, ela se preocupa com política e outros assuntos muito mais sérios. Se doa para os que precisam de ajuda e enxerga o quanto a sociedade em que vive é esnobe, Morgan está praticamente ciente de quanto à nobreza poderia fazer mais.

Mas o mais importante desse livro é o cenário político, a guerra contra a França de Napoleão é um assunto corriqueiro, e mais do que os outros livros está presente na vida dos protagonistas, bem como dos personagens secundários. Nesta narrativa vemos dois lados de uma mesma moeda. Os nobres que se enchem de pompa e glórias sem precisar fazer muito e o as famílias e soldados que lutam, sofrem, morrem e ainda assim são considerados inferiores. Um ponto positivo na escrita da autora que se preocupou em mostrar a sociedade como um todo. Porém, este livro me incomodou profundamente, ao lê-lo tive a impressão de que Mary Balogh utiliza uma base pré-determinada em todos os seus livros, base esta que segue sempre o mesmo caminho. Sendo já o quarto livro da autora que leio notei que suas obras parecem ter o mesmo começo, meio e fim, mudando apenas alguns elementos para que as narrativas sejam diferentes. Isso me incomodou ao extremo.

Enfim, Ligeiramente Seduzidos é um livro gostoso de ler, mas que segue a mesma linha de todos os outros livros da série, parece mais do mesmo e não digo isso devido aos clichês, mas sim a escrita da autora. A edição da editora está simples como sempre, não encontrei erro algum e me sinto na obrigação de dizer isso, já que ultimamente a Editora vinha me decepcionando nesse quesito. Eu recomendo a leitura, principalmente para leitores do gênero, que não costumam se incomodar com o clichê, já que além de previsível o livro trás muitos clichês.
Melhores Quotes:

"- [...] Amar é gostar, ser companheiro, respeitar e confiar. O amor não domina ou tenta possuir, mas se fortalece com compromisso puro, liberdade mútua. Por isso o casamento é tão traiçoeiro. Há a cerimônia, os votos, a necessidade de fidelidade, tudo isso sugerindo restrições, uma prisão mesmo. Os homens sempre comparam o casamento a uma prisão perpétua, a grilhões prendendo-os, não é verdade? Mas o casamento deveria ser exatamente o oposto...duas pessoas concordando deixar livre uma a outra."

"- [...] Ninguém consegue entender que a guerra não resolve nada? Sempre haverá guerra, sempre em nome da liberdade e da paz. Como pode haver liberdade quando homens morrem de forma tão insensata? Como pode haver paz quando homens precisam lutar para consegui-la? A humanidade sempre perseguirá esses dois ideias e nunca conseguirá alcançá-los."

"O amor era um bem tão precioso que não deveria ser negado onde quer que fosse encontrado."

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