segunda-feira, dezembro 16, 2013

Resenha: Finnikin, o Guerreiro - Melina Marchetta

Finnikin, o Guerreiro
Autora: Melina Marchetta
Páginas: 423
Skoob

Sinopse: Aos nove anos de idade, Finnikin está no alto da rocha das três maravilhas com o Príncipe Balthazar e Luciano, seus melhores amigos. Juntos firmam um pacto de sangue para proteger seu reino, Lumatere. Mal sabem eles que em seguida ocorrerão os “cinco dias do inominável”, durante os quais a família real é brutalmente assassinada, um rei impostor assume o trono e uma maldição cai sobre aqueles que permanecem entre os muros do reino. Os que fogem ficam fadados a vagar como exilados. Dez anos se passam, e Finnikin é chamado para se encontrar com Evanjalin, uma jovem noviça com uma afirmação espantosa a fazer: Balthazar, herdeiro do trono, está vivo, e ela pode encontrá-lo. Será que, depois de tanto tempo, ainda há esperança para Lumatere e seu povo? A verdade surpreendente por trás dessa história colocará em prova a fé de Finnikin em si próprio e no seu destino.
Dez anos se passaram desde os Cinco Dias do Inominável, anos depois do terror Finnikin ainda tem esperanças de que Blatzar seu amigo e herdeiro do trono ainda esteja vivo. Sua resolução cresce quando vai ao encontro de Evanjalin, uma jovem noviça que diz saber onde encontrar o jovem Rei exilado. Depois de alguma teimosia eles finalmente seguem em busca de seu objetivo. Levar Baltazar até os portões de Lumatere e reconquistar a cidade perdida. No entanto, muita coisa tem de ser feita antes de chegar ao seu destino e o que governa Finnikin é seu forte desejo de voltar para casa e reconstruir o que foi deixado para trás. Mas uma maldição paira sobre a cidade e a consequência desta jornada pode não ter um final feliz.

Antes dos terríveis dias do Inominável Finnikin e seus melhores amigos fizeram uma promessa e o destino está disposto a cobrar a lealdade de todos eles:
"Então eles escalaram a rocha das três maravilhas, no cume da aldeia de Finnikin, cortaram carne de seus corpos e arrancaram uma mecha de cabelos da cabeça de Isaboe, que não parava de chorar, para oferecer em sacrifício à sua deusa.

Balthazar prometeu morrer em defesa da família real de Lumatere. Finnikin jurou ser o guia e protetor deles enquanto vivesse. Luciano afirmou que seria a luz em direção à qual eles recorreriam em tempos de necessidade."
A maioria de vocês devem estar cientes de que sou apaixonada por histórias de aventura, elas geralmente me fazem pensar, pois estão permeadas de verdades ocultas e de um jeito único fala ao leitor através das entrelinhas. Finnikin, o Guerreiro não deixou a desejar neste sentido. Quando solicitei o livro tive certo receio de não gostar da narrativa, tenho para mim que se precisa de um dom para escrever fantasia, mas a autora soube me surpreender e fiquei maravilhada com a forma como ela conduziu a história. Ela te leva a fazer suposições e quando menos se espera ela te surpreende, não é uma história previsível e várias teorias irão surgir no decorrer da leitura. Isso fez com que eu praticamente fosse sugada pelas páginas dessa narrativa.

Quanto aos personagens eles foram a minha maior surpresa. Confesso que em alguns momentos Evanjalin chegou a me irritar, ela tem um que de manipuladora e isso fez com que eu duvidasse de suas intenções. Já Finnikin, além do protagonista se tornou um dos meus personagens preferidos, sua determinação e sensação de culpa eram um contraste perfeito para um personagem tão bem construído. Trevanion também merece destaque, mas depois de tantos anos preso achei que ele voltou a ação muito rapidamente, ele me fez lembrar um espirito indômito, pronto para defender quem precisa de sua força. Além disso ele demonstra ter uma grande preocupação e amor pelo filho, o que para mim foi importante ser descrito para se conhecer melhor o personagem.

Reservo um paragrafo para falar de Froi. este personagem me causou antipatia logo no início da narrativa, mas no decorrer dos acontecimentos ele foi me ganhando. Sei que nada justifica ser como ele é, mas a vida foi dura demais e aos pouco ele vai aprender a ser leal sem mesmo se dar conta disso. Ao que tudo indica ele é o protagonista do próximo livro e eu estou louca para ler logo. Estou curiosa para saber mais sobre esse jovem ladrão, maltratado pelo destino e que não consegue se libertar da parte cruel que há em si ou pelo menos acredita que não.

Há algumas contradições no livro, como por exemplo a aparição de alguém em uma cena que por certo ela não deveria estar, já que anteriormente tinha sido dito que ela estava em outro lugar. Encontrei também alguns erros, mas nada gritante e que atrapalhe a leitura. Acho mesmo que o problema foi a falta de uma revisão detalhada, mas isso pode ser reparado em uma futura edição. Para você que gosta de aventura este é um bom livro, cheio de elementos que nos prendem do início ao fim. Não posso deixar de dizer que em alguns momentos senti uma falta de ritmo, mas acredito que isso se deve ao fato de os personagens estarem em uma longa jornada. Leia! você com certeza também irá terminar a leitura sentindo que valeu a pena.


Quotes do Livro:

"- Finnikin havia escutado que o rei de Charyn havia ordenado uma vez que seus guardas medissem a distância entre os olhos de um prisioneiro lumaterano e seu nariz, considerando-os próximos demais e, portanto, inumanos."


"- Então pedirei que você fale lumaterano quando estivermos sós - disse Evanjalin, interrompendo seus pensamentos.
- Vai mesmo? - ele caçoou. - E por quê?
- Porque sem nossa língua nos perdemos. Quem somos nós sem nossas palavras?"

"Amado rival. Maldito amigo."

"- Como se pode medir uma coisa dessas, Finnikin? Um homem que perdeu a família por causa da fome sofre menos do que aquele que perdeu devido à faca de um assassino? É pior morrer afogado do que pisoteado pelos pés de outras pessoas? Se sua mulher morre no parto, isso é melhor do que vê-la queimar na fogueira? Morte é morte,  e perda é perda." 

8 comentários:

  1. A capa é bem diferente, não é muito linda, mas é diferente.
    Adorei tua resenha, bem montada e formulada. Gosto também de personagens que nos surpreende. É sempre bom ler um livro em que temos personagens com atitudes diferenciadas, não monótonas.
    Quanto a elaboração da cena, achei meio deprimente o erro, grotesco. O que não poderia acontecer. Não culpo apenas o escritor, mas o revisor que deixou passar. A editora precisa estar atenta a isso.

    Enfim, falei demais, rs. Adorei seu blog e já estou seguindo.

    Um abraço. M&N | Desbrava(dores) de Livros

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  2. Acho que esse é um dos poucos gêneros que não curto ler, na verdade li quase nada. Apesar do enredo ter chamado a minha atenção, não fiquei entusiasmada pra ler sabe?! As vezes a gente é surpreendido e isso é ótimo, mas não sei se darei oportunidade pra ele. Eu adoro personagens que no começo odiamos, mas no decorrer da leitura vamos criando um certo apego. rs Esse foi um dos únicos pontos que me despertou curiosidade. :c Então, creio que não lerei mesmo. rs

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  3. oi! vi esse livro dia desses enquanto perambulava na Fnac e adorei a capa ( é comum eu comprar algum livro motivada pela capa), mas nunca tinha ouvido falar dele, acabei não levando! agora que já tenho uma opinião vou colocá-lo na listinha de desejados!
    bjus
    http://sentimentalismo.viadatecnologia.com.br/

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  4. Sou uma pessoa que se prende muito a capa, se uma capa não é bonita, já começo a ler com preguiça.

    Acho que foi por isso que estava com preguiça ao começar a ler essa resenha. O que tornou completamente diferente meu modo de ver esse livro, amo aventuras e acho que essa história me cativou. Vou colocar em minha lista com certeza.

    Bjs
    Tam

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  5. Não consegui entender muito bem a história mas ela parece ser boa, não sou muito de histórias de aventura mas acho que um dia eu vou ler esse livro.

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  6. Abri mão das histórias de aventura depois de muitos abandonos. Eu começo, mas dependendo da história, o escritor não me convence e eu acabo parando porque sigo o lema: para quer cansar minha cabeça com um livro chato quando tem muitos livros bons na minha pilha aguardando ansiosamente para serem lidos?
    Pela sua descrição, achei o Finnikin um típico herói desse tipo de histórias. Mas o Froi me pareceu mais convincente. Se você sentiu falta de ritmo e encontrou contradições tirou todas as chances que tinha de eu fazer essa leitura. Gosto de livros coesos e com o pé na realidade.

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  7. Eu não gosto de aventuras assim. U.u Só quando não tem nada pra ler é que vou pra esse lado. U.u

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  8. Eu gosto bastante de histórias de fantasia que abordam reinos e jornadas. Gosto ainda mais quando a trama não é previsível e, a cada virada de página, somos surpreendidos com os acontecimentos. Se tiver oportunidade, darei uma chance a esse.

    @_Dom_Dom

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