Vocês se lembram do Concurso Cultural Blogueiro por um dia organizado pelo LiteRata? Pois bem, a vencedora foi a Ana do blog Um Livro e Nada Mais. Como ela era menor de idade acabamos trocando o livro do sorteio e aí está a resenha dela. Espero que gostem!
OBS: A resenha também foi publicada no blog da Ana, se atentem ao fato de que não é plágio, ok!
“Quando uma aventura sensata se torna tola? Quando a devoção de uma filha torna-se uma obsessão inconveniente?”
O Livro da Loucura e das CurasSinopse: Meu pai se fora, meu marido morrera e meu coração silenciara. Gabriella Mondini é uma médica com estranhos poderes de cura, poderes que vão além de seus conhecimentos científicos. No fim do século 16, uma mulher médica — e tão sensível quanto ela — é praticamente uma heresia. Assim, se quiser continuar praticando a medicina, deverá ter o aconselhamento de um homem.Seu pai, também médico, seria o conselheiro ideal, mas ele a abandonou há dez anos: saiu em busca de curas inimagináveis por uma Europa cheia de crendices e magias. E, agora, por meio de suas poucas cartas, é possível perceber que sua sanidade mental está desaparecendo. Disposta a reencontrar o pai e, quem sabe, salvá-lo a tempo de continuar praticando a medicina, ela atravessa os Alpes da Suíça e os campos da Alemanha, encontra-se com os maiores médicos da Europa e caminha por cidades e vilarejos estranhos até chegar ao Marrocos. A jovem médica enfrentará caminhos que lhe ensinarão o que é viver no mundo dos clínicos e herboristas daquela época; um mundo onde as praças públicas exalam cheiro de corpos queimados, onde ervas exóticas destroem todos os desejos e onde doenças como a Inveja (“um verme invisível”) saem do corpo dos mortos para destruir os vivos...
O livro da loucura e das curas é de longe um dos livros mais poéticos em prosa que já li. O livro nos apresenta Gabriela Mondini, uma médica do século XVI que possui um pai também médico, Ernesto Mondini. O livro se passa dez anos após a partida de seu pai, enquanto Gabriela resolve ir atrás dele junto com seus servos, Olmina e Lorenzo. O livro nos oferece diversas facetas em uma única narração.
“(...)Havia mais coisas sobre ela, talvez, que eu não soubesse.”
Em primeiro, Gabriela. Ela é de longe uma das mais complexas e interessantes personagens que tive o prazer de ler, apesar de não concordar com algumas de suas atitudes, sua personalidade forte, destemida, irônica, corajosa, doce, meiga, sensível, se mostrou uma inesgotável fonte de surpresas. Gosto da forma como ela segue a vida, com uma exceção para os amores que aparecem, e o quanto ela é capaz de ser sensível aos demais.
“Também acreditava, me meu coração de criança, que o mundo queria cada um de nós de alguma forma.”
E de longe um dos maiores destaques do livro é o amor de Gabriela pelo pai, que beira a adoração de tão fervorosa e profunda, ao ponto dela viajar por meses em sua busca. É estranho que um personagem que não aparece no livro com exceção das cartas,das lembranças de Gabriela, e do fim ser tão vivo quanto qualquer outro. Seu pai é um homem inteligente, forte e perspicaz, e mesmo assim, nos entristecemos ao ver todas essa genialidade definhar em uma doença e em uma loucura que o transforma em um homem irreconhecível.
“Uma mente perturbada não significa loucura.”
Além disso, Gabriela e seu pai tinha uma paixão que os unia e razão para o imenso ciúme de sua mãe: a medicina. E juntos construíam uma livro de doenças e curas, e é estranho de lermos a medida que naquela época, as doenças possuíam um cunho mais sentimental, psicológico e emocional, não necessariamente físico e talvez, o pior é que muitas daquelas doenças fazem algum sentido.
E a cereja do bolo é de longe a indescritível viagem que ela faz. Tenho lido muitos livros com essa temática e tenho adorado. É incrível a descrição poética, que nos guia por cheiros, sonhos, temperaturas e pelos inúmeros lugares que ela passa. Além das pessoas, simples, estudiosos, médicos, filósofos e suas aprendizagens. O final do livro não foi de longe previsível, em função das inúmeras reviravoltas, necessárias ou não, que a autora dava. Toda vez que a história estava ficando morna, ela nos surpreendia com um novo fato. Regina O’ Melveny me surpreendeu por sua escrita e desejo ler muito em breve outros títulos da autora.
“Ela pode ser sua carne, mas não é sua filha.”
Postagem por Ana Um Livro e Nada Mais.
e fato é uma resenha muito bem feita e fundamentada, mereceu mesmo ganhar. Eu tenho O livro da loucura e das curas mas ainda não li. Acho que ainda não tinha me atentado para todo esse enredo, que além de uma bela história ainda tem as curiosidades sobre o mundo da medicina.
ResponderExcluirAdorei a resenha da Ana! E sobre o livro, parece ser bem interessante. Mas não me interessei muito. Acho fascinante a forma que citou sobre a medicina no século 16. Mas o enredo da estória não me cativou, sabe?! Talvez eu leia e morda a língua, como já aconteceu algumas vezes. Mas por agora não.
ResponderExcluirGostei muito da resenha dela!!
ResponderExcluirAliás, tenho boas expectativas em relação ao livro. Tanto pela relação entre o pai e a filha, quanto pela descrição bacana e envolvente da viagem.
Espero gostar.
bjs
Não tenho certeza se gosto de livros assim, em prosa. Talvez eu esteja apenas sendo medrosa o suficiente para não experimentar coisas novas, mas não consigo sentir animação quando se tratam de livros assim. É maravilhoso quando um livro tem reviravoltas, surpresas e todo tipo de coisa que enriquece a história, porém não foi dessa vez que tive vontade de ler.
ResponderExcluirEstou ansiosa para ler esse livro. Está na minha lista de espera. Será o primeiro com esse gênero poético que lerei e estou curiosa. A história parece ser bastante interessante. A sinopse foi o que me chamou a atenção nele e eu não resisti. É algo diferente do que eu tenho lido e quero descobrir como será esta experiência.
ResponderExcluirNossa que resenha bem elaborada! Essa resenha com certeza nos passa todo o encanto que o livro traz, gostei muito da história e como ela de alguma forma nos envolve, porém não seria o tipo de livro que eu amaria lê-lo e que talvez não me prenderia do início ao fim... Quem sabe um dia eu não mude de ideia e esse livro passe a ser um dos meus preferidos!!!
ResponderExcluirOie
ResponderExcluirNão gosto muito d ler livros em prosa, hoje, não estou muito nesse clima, mas achei muito bonita a historia! Gosto de protagonistas bem escritas, e forte nos sentimentos e nas ações. Mas gosto mais ainda quando os personagens mostram os sentimentos mais profundos pela familia, acho lindo esse sentimento, e muito importante sempre destacar nos livros!
Fiquei só curiosa pelos relatos das curas e doenças daquela epoca, deve ser descrita bem diferente de como é hoje em dia!
bjos
Não sei como caracterizar o livro, parece ser mágico, encantador. Adorei a resenha e pretendo ler esse livro e a capa é linda
ResponderExcluirConfesso que o titulo não tinha me chamado muita atenção,mas depois de ler essa resenha, fiquei muito curiosa para ler e conhecer a escrita da autora e esse enredo. Adorei.
ResponderExcluirFico feliz que não participei(?) do concurso, porque fazer as minhas resenhas e ver as da Ana? kkkkkk *corre*
ResponderExcluirEu já tinha interesse pelo livro desde o recebimento do kit dos parceiros (nota-se uma voz debochada e invejosa) e seus m&m's. A única parte que me deixa receosa é a tal da poesia, sabe? Eu não consigo ou não sei se consigo lê-las... são tão confusas que eu sei lá, não pego pra ler. :/
É muito legal quando começamos a ler uma história, e começamos a ter multi-sensações. Sentimos cheiros, texturas, temperaturas, etc. Isso mostra o quanto a autora consegue colocar a almas nas palavras. Não pensei que esse livro fosse tão bom assim. Acabou de entrar pra minha listinha de futuras aquisições.
ResponderExcluir@_Dom_Dom