Resenha As Vantagens de ser Invisível - Stephen Chbosky

Título: As Vantagens de ser Invisível
Autor: Stephen Chbosky
Editora: Rocco
Primeira publicação: 2007
Skoob

Sinopse: Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela.

As dificuldades do ambiente escolar, muitas vezes ameaçador, as descobertas dos primeiros encontros amorosos, os dramas familiares, as festas alucinantes e a eterna vontade de se sentir "infinito" ao lado dos amigos são temas que enchem de alegria e angústia a cabeça do protagonista em fase de amadurecimento. Stephen Chbosky capta com emoção esse vaivém dos sentidos e dos sentimentos e constrói uma narrativa vigorosa costurada pelas cartas de Charlie endereçadas a um amigo que não se sabe se real ou imaginário.

Íntimas, hilariantes, às vezes devastadoras, as cartas mostram um jovem em confronto com a sua própria história presente e futura, ora como um personagem invisível à espreita por trás das cortinas, ora como o protagonista que tem que assumir seu papel no palco da vida. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.

Charlie é um garoto de 16 anos inseguro e extremamente sensível que perdeu um amigo a pouco tempo para o suicídio. Ele conhece Sam e Patrick em um jogo de futebol no colégio e a partir desse momento somos inseridos nas emoções e aventuras do personagem principal e seus dois melhores amigos. Entre drogas e uma paixão não correspondida por Sam, Charlie vai nos contanto sua história e de certo modo amadurecendo no decorrer da narrativa. Com ele conhecemos muito do seu cotidiano, suas relações pessoais e familiares. Algo está errado, mas nem mesmo Charlie sabe o que é, sendo assim ele leva a vida e suas aflições da melhor forma que sabe.

O livro é narrado em forma de cartas à um "amigo" que não nos é revelado em momento algum, mas esse não é um fator tão importante quanto as aflições de Charlie. Nosso personagem principal vive a vida sendo um mero expectador, esperando que as coisas aconteçam e simplesmente não tomando atitudes. Isso seria muito ruim se ele não fosse o próprio autor das cartas, acredito que se tornaria um personagem apagado, mas a verdade é que Charlie brilha como uma estrela cadente em seu momento de esplendor. Ele cativa e nos faz pensar. É um adolescente procurando o seu lugar no mundo como muitos outros, mas Charlie nos faz ver o quão especial é ser querido.

Através do personagem principal conhecemos Sam e Patrick eles não são realmente irmãos de sangue, mas seus pais se casaram e eles tornaram-se uma família. Eu diria que eles são a salvação de Charlie. É a partir do momento que Charlie os conhece que vemos as pequenas mudanças que passam a ocorrer, além de tudo não procuram julgar o personagem por ele ser sensível demais, apenas estão ali para o que der e vier. Nesse grupinho também temos Mary Elizabeth, uma garota budista e na minha opinião cheia de atitude. São poucos os personagens que se destacam, mas a verdade é que isso não chega realmente a interferir na narrativa. Eu achei bem dosado e nada exagerado a participação de cada um.

Teve um momento que me senti levando um tapa na cara, como se o autor estivesse dizendo o que estava escrito unicamente para mim. Este livro me mostrou ser uma boa lição de que não devemos nos anular pelos outros, seguir em frente e sermos felizes a nossa maneira, não importa qual seja essa maneira. Confesso que algumas vezes cheguei a achar Charlie bobo demais, e talvez esse tenha sido o único ponto negativo que encontrei. Adianto que o livro é cheio de quotes  é quase impossível escolher apenas alguns.

Eu simplesmente me encantei com a forma suave da escrita. Não me pareceu em momento algum algo forçado e sim totalmente natural. Outra coisa que queria ressaltar é a relação de Charlie com Bill, o professor de literatura, eles se tornam bons amigos e Bill empresta alguns livros para que Charlie lesse e fizesse um trabalho em cima do mesmo, logo acatei várias dicas. Porque na verdade tenho a impressão de que sempre que um livro que você está lendo faz referência a uma música ou outro livro você precisa conhecê-los. E sério, todas as músicas que ouvi fizeram jus ao livro, e é como se fossem parte de um todo.

Em questão do filme e apesar de não querer fazer comparação sou obrigada a dizer que o livro passa muito mais emoção, mas apesar disso é bastante fiel. Eu indico ambos e abaixo deixo o trailer do filme para que vocês apreciem. Boa leitura!

Maravilhoso, mas sensível demais!

Quotes do Livro:

"A gente aceita o amor que acha que merece." 

"Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara à barriga dolorida pelas razões certas."

"As coisas mudam. Os amigos partem. E a vida não para para ninguém."

"Eu sei que há pessoas que pensam que isso nunca acontece (…) Eu vejo isso. Mas no momento em que você sabe que não é uma história triste, você está vivo. E você se levanta e vê as luzes dos prédios e tudo isso te deixa surpreso. E você está ouvindo uma música na estrada com as pessoas que mais ama nesse mundo. E nesse momento, eu juro, nós somos infinitos."

"Espero poder lembrar a meus filhos de que eles são tão felizes quanto eu nas fotos antigas. E espero que eles acreditem em mim." 

Depois que a música terminou, eu disse uma coisa:

"Eu me sinto infinito."

Júh

                Zanotti