terça-feira, abril 24, 2018

[Resenha] Uma Proposta e Nada Mais - Mary Balogh

Uma Proposta e nada mais
Clube dos Sobreviventes #1
Autora: Mary Balogh
272 Páginas

Sinopse: Após ter tido sua cota de sofrimentos na vida, a jovem viúva Gwendoline, lady Muir, estava mais que satisfeita com sua rotina tranquila, e sempre resistiu a se casar novamente. Agora, porém, passou a se sentir solitária e inquieta, e considera a ideia de arranjar um marido calmo, refinado e que não espere muito dela.
Ao conhecer Hugo Emes, o lorde Trentham, logo vê que ele não é nada disso. Grosseirão e carrancudo, Hugo é um cavalheiro apenas no nome: ganhou seu título em reconhecimento a feitos na guerra. Após a morte do pai, um rico negociante, ele se vê responsável pelo bem-estar da madrasta e da meia-irmã, e decide arranjar uma esposa para tornar essa nova fase menos penosa.
Hugo a princípio não quer cortejar Gwen, pois a julga uma típica aristocrata mimada. Mas logo se torna incapaz de resistir a seu jeito inocente e sincero, sua risada contagiante, seu rosto adorável. Ela, por sua vez, começa a experimentar com ele sensações que jamais imaginava sentir novamente. E a cada beijo e cada carícia, Hugo a conquista mais – com seu desejo, seu amor e a promessa de fazê-la feliz para sempre.
Mary Balogh tornou-se uma das escritoras que mais gosto no gênero romance de época após a série os Bedwyns, ainda assim nem todos os livros da autora me conquistaram completamente, principalmente porque ela deixa de inovar em algumas histórias e, apesar de o clichê nem sempre ser algo ruim, as vezes nós esperamos ser surpreendidos pela história. Com "Uma Proposta e nada mais" a autora conseguiu isso, há certos elementos nesta narrativa que me deixaram contente e que fugiu um pouco da mesmice, mesmo apresentando certos lugares-comuns. 

Se o amor dependesse apenas das coisas em que as pessoas acreditam querer para si, Gwen e Hugo nunca ficariam juntos. São tão opostos em suas perspectivas românticas que cogitar um relacionamento está fora de questão. Gwen é uma dama da alta sociedade que já passou por muitas coisas e após sete anos de viúves e sentindo-se sozinha, sua vontade é encontrar um homem pacato, gentil e que não exija muito da vida. Já Hugo Emes ex-militar que sofreu ainda mais durante a guerra napoleônica terminando como Lorde por seus feitos e um grande peso no coração, tem a necessidade de encontrar uma esposa, mas alguém que seja de sua classe social e não uma dama da aristocracia mimada e futil. Porém, há muito mais em ambos do que acreditavam ver inicialmente e depois de algumas conversas francas e tardes tranquilas e sentimentos compartilhados é natural que os sentimentos comecem a mudar.

A primeira coisa que quero salientar nesta resenha é a forma como Mary Balogh optou por nos apresentar personagens sensatos, pessoas amadurecidas pela vida que trazem uma bagagem consistente. A história tanto de Gwen quanto de Hugo tornam a narrativa e seu desenvolvimento bastante interessante, cada por menor que conhecemos sobre o passado de ambos e suas tristezas e culpas guiam o leitor por uma história singular mesmo quando clichê.
"- Todos nós precisamos ser amados, Gwendoline, de uma forma plena e incondicional.Mesmo quando carregamos o fardo da culpa e acreditamos não merecer amor. A verdade é que ninguém merece. Não sou religioso, mas acredito que é disso que tratam as religiões. Ninguém merece, mas ao mesmo tempo, todos nós somos dignos de amor."
Alias este é mais um ponto que devo tratar nesta resenha, apesar de esta narrativa seguir alguns rumos já esperados há um sensação durante a leitura de que esta é uma história que veio para inovar em seu gênero. Talvez a escrita da autora não venha a agradar a todos, visto que ela presa mais pela descrição, ainda assim a forma como Balogh conduz sua narrativa e os diálogos muito bem elaborados também são pontos fortes da obra.

A história de Hugo e Gwen é linda e a maneira de os protagonistas lidarem com seus próprios sentimentos talvez seja o diferencial deste livro. São protagonistas conscientes de si e bastante seguros, o que não dá margem para cenas dramáticas. Além disso a autora já nos apresenta personagens que provavelmente serão protagonistas durante a série e que são já bem construídos e com personalidade definida. Estou curiosa para conhecer mais da história de cada um. O Clube dos sobreviventes traz uma gama de personagens muito interessantes e que com certeza tem suas histórias para contar.
"-Sofremos neste lugar - explicou ele. - Nós nos curamos neste lugar. Desnudamos nossas almas uns para os outros. Deixar esta casa foi uma das coisas mais difíceis que fizemos. Mas era necessário para que nossas vidas voltassem a ter sentido. Uma vez por ano, porém, voltamos para recuperar nossa integridade ou para nos fortalecermos com a ilusão de que estamos inteiros."
Se houve algo que não me agradou muito foi descobrir que há uma outra série da autora anterior a essa que traz alguns personagens coadjuvantes como principais, o que naturalmente acabou ocasionando alguns spoilers neste livro, para o bem ou para o mal só queria dizer que fiquei doida para conhecer tais histórias.

Enfim, "Uma Proposta e nada mais" é o melhor livro que li de Mary Balogh, uma narrativa com um desenvolvimento gradual, que não presa apenas pelo lugar-comum, com personagens que me conquistaram por suas personalidades e uma história cheia de humor. Continua lançando romances tão bons assim que eu continuarei a ler querida Arqueiro.
"O medo deve ser desafiado, foi o que descobri. Ele fica mais poderoso quando permitimos que nos domine."

3 comentários:

  1. Como fã incondicional de Romance de Época esse livro está na minha lista de desejados!
    Ainda não conheço a escrita da Mary mas em breve lerei Os Bedwyns série que só ouço elogios.
    Gostei muito da sinopse de Uma Proposta e Nada Mais. Espero que os demais livros sejam lançados logo

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  2. Não sou tão fã de romance de época, mas acho interessante esse clube dos sobreviventes.
    Acredito que o fato dos personagens terem um passado doloroso, a história ganha uma profundidade maior.

    Beijos

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  3. Oi, Ju!
    Confesso que não curto narrativas descritivas, acho bastante cansativas, mas eu curto a escrita da Mary Balogh - li os livros 1, 2 e 3 da série Os Bedwyns e gostei, estou tentando me programar para ler os três últimos volumes...
    Em relação a Uma Proposta e Nada Mais,  como prefiro mil vezes protagonistas iguais a Hugo e Gwen - conscientes de si mesmos e bastante seguros - acredito que irei gostar de conhecer a história desses dois.
    Bjos!

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