quarta-feira, março 21, 2018

[Resenha] As tumbas de Atuan - Ursula K. Le Guin

As Tumbas de Atuan
Ciclo Terramar #2
Autora: Ursula K. Le Guin
160 Página


Sinopse: Quando Tenar é escolhida como suma sacerdotisa, tudo lhe é tirado: casa, família e até o nome. Com apenas 6 anos, ela passa a se chamar Arha e se torna guardiã das tenebrosas Tumbas de Atuan, um lugar sagrado para a obscura seita dos Inominados.
Já adolescente, quando está aprendendo os caminhos do labirinto subterrâneo que é seu domínio, ela se depara com Ged, um mago que veio roubar um dos maiores tesouros das Tumbas: o Anel de Erreth-Akbe.
Um homem que traz a luz para aquele local de eternas trevas, ele é um herege que não tem direito a misericórdia.
Porém, sua magia e sua simplicidade começam a abrir os olhos de Arha para uma realidade que ela nunca fora levada a perceber e agora lhe resta decidir que fim terá seu prisioneiro.
Finalista da Newbery Medal, que premia os melhores livros jovens de cada ano, As Tumbas de Atuan dá continuidade ao elogiado Ciclo Terramar com uma singela história que rompeu com os paradigmas de heroína quando foi lançada.
Quando foi publicado As Tumbas de Atuan, segundo volume do Cilclo Terramar, eu confesso que não estava muito animada com a história. Apesar de ter compreendido o apelo do primeiro livro como uma história singela não posso dizer que eu tenha adorado o livro. A verdade é que eu ainda tinha um pouco de esperança de que no segundo livro eu finalmente conseguisse compreender por que as pessoas gostam tanto da narrativa de Ursula K. Le Guin. Bom, eu não descobri, continuo achando a história rasa, o desenvolvimento cansativo e os personagens nem um pouco empáticos.

A história começa nos apresentando superficialmente Tenar, uma criança escolhida para ser a sacerdotisa das tumbas de Atuan, a reencarnação da grande sacerdotisa que alguns acreditam que renasce a cerca de milênios. Sendo despida de seu passado e de seu nome e deixando tudo no esquecimento Tenar passa a ser chamada de Arha e desde os 6 anos é criada para acreditar sem questionar. Porém sua natureza a leva a caminhos e decisões contrárias, mesmo que não tenha dúvidas sobre seu destino e seu papel no culto dos inominados, até que conhece Ged.
"A liberdade é um fardo pesado e uma carga enorme e estranha para o espírito levar. Não é fácil. Não é um presente dado, mas uma escolha que se faz, e a escolha pode ser difícil. A estrada sobe em direção à luz, mas o viajante sobrecarregado pode nunca chegar ao fim."
Assim como em O Feiticeiro de Terramar este novo livro traz como foco principal o desenvolvimento da protagonista. No caso somos apresentados a Arha/Tenar e inicialmente a garota de 16 anos não me passou uma boa impressão. Ainda assim ela acaba se tornando uma boa personagem no decorrer da narrativa, mas o que indica isso é o desenvolvimento de sua personalidade, algo que claramente é o foco principal da autora nesta série, não parece que Ursula busca apresentar uma grande aventura, seu objetivo é trabalhar personagens. Isso seria muito bem aproveitado na história se por boa parte da obra a Arha não fosse uma protagonista repetitiva.

Para complicar ainda mais a situação, As Tumbas de Atuan não tem um cenário lá muito atraente, levando-se em conta que a narrativa se passa em dois ou três cenários diferentes e em sua maior parte no escuro seria interessante se a autora pudesse explora-los a ponto de passar algo mais visual para o leitor, mas isso não acontece. Apesar de sermos conduzidos por Arha nestes caminhos, é como se eles não fossem instigantes o suficientes para explorarmos através do que lemos, fiquei à margem da história por este motivo. E Ged, o protagonista de O feiticeiro de Terramar esta em segundo plano aqui, seu desenvolvimento no decorrer do primeiro livro é visível, ainda assim o personagem não é muito explorado, não há muito o que pensar dele.

O fato é que As Tumbas de Atuan só ficou realmente interessante por cerca de 20 páginas, quando os perigos começam a rondar a situação de Ged e Arha, mas infelizmente logo após estes momentos a história volta a ficar morna e não trouxe um final que me instigasse a continuar com a leitura da série, foi só mais um livro que não me agradou, uma boa história, mas que poderia ter sido melhor ou que poderia ter dado espaço para outro livro. Além disso nada justifica a vagareza desse livro sendo que ele tem apenas 160 páginas, quer dizer, é um absurdo um livro tão curto assim conseguir ser tão maçante.

Enfim, As Tumbas de Atuan ganha pontos com o desenvolvimento da personagem e seu único momento de ação, porém no geral não conquista, é maçante e repetitivo demais se levarmos em conta suas poucas páginas. Porém já li muitas opiniões contrárias a minha, então ainda assim indico a leitura para quem se interessar possa.
"A maioria das coisas envelhece e perece com o contínuo passar dos séculos. Pouquíssimas são as coisas que continuam preciosas, ou as histórias que ainda são contadas."

13 comentários:

  1. Tem livros que são massantes mesmo de se ler, odeio quando isso acontece, ainda mais que eu continuo a ler..kk. A trama deste livro tem tudo para prender o leitor, cheia de aventuras e mistérios, me deixou curiosa quanto a vida nova que Tenar terá como sacerdotisa, porém não sei se leria, gosto de histórias onde os fatos andam e nos faz querer devorar o livro!!

    ResponderExcluir
  2. Nossa, que capa linda!
    É a primeira vez que leio sobre esse livro e sobre essa autora, e confesso que não tenho vontade de conhecer mais.
    Estou começando a ler esse gênero, e são poucos títulos que me chamam atenção.
    E esse tem mais pontos negativos do que positivo; e por ter tão pouca página e mesmo assim não ser instigante é estranho.
    Prefiro confiar na sua opinião...

    Beijos

    ResponderExcluir
  3. Conheço Ursula do Skoob e das redes sociais da editora Arqueiro mas nunca li nada dela. Sei que é aclamada e o Ciclo Terramar é bem quisto no meio literário. Mas não é do gênero que curto ler. Além disso tenho muitas séries e trilogias para terminar em 2018.
    AParabéns pela resenha honesta

    ResponderExcluir
  4. Ju!
    Pena que não tenha sentido tanta emoção nesse livro. Poucas páginas estimulantes e depois, uma leitura morna.
    Estou prestes a acompanhar essa saga da autora que amo desde a adolescência. Recebi hoje meu exemplar do Feiticeiro de Terramar e ainda nem li, mas já estou com vontade de ler essa continuação, porque a autora é diva.
    Quero acompanhar toda a aventura de Ged e Arha, mesmo com suas ressalvas.
    “Não acredite em tudo que ouvires! Há mentiras que sempre serão ditas, e verdades que jamais serão pronunciadas...” (Eliane Azevedo)
    cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA MARÇO: 3 livros + vários kits, 5 ganhadores, participem!
    BLOG ALEGRIA DE VIVER E AMAR O QUE É BOM!

    ResponderExcluir
  5. Como não conhecia o primeiro livro, tive que ir atrás para conferir e mesmo amando o gênero, os livros parecem ter uma série de pontos negativos que não me fizeram ter vontade ler a obra.
    Engraçado que tinha tudo para ser bom,tipo, mostrar o desenvolvimento da protagonista, mas o cenário que parece não se encaixar de forma alguma.
    Talvez um dia dê uma chance e leia os dois livros!
    Beijo

    ResponderExcluir
  6. Oi, Ju.

    Bom, podemos destacar que, a Tenar, acabou sendo submetida a algo que de fato, não foi uma escolha dela.

    E é uma pena que a autora não tenha desenvolvido a história ao todo!

    ResponderExcluir
  7. Olá Ju!!
    Gostei mto de conhecer um pouco mais do livro, eu gosto bastante do gênero mas confesso que faz algum tempo que não leio, preciso sair da minha zona de conforto um pouco e me aventurar mais nesses livros..
    bjs!

    ResponderExcluir
  8. É, tem livro que não funciona mesmo pra gente. Não sei se iria me incomodar com muita coisa, achei a história interessante e fiquei curiosa com ela. Por ser pequena até se não for tão envolvente acho que vale a pena pra ver como isso ficou. Bom ou ruim ainda tô curiosa xD
    E vi umas coisas legais deles. Acho que vou ter que ler mesmo pra tirar uma opinião, tá bem dividido.

    ResponderExcluir
  9. Oi, Ju!
    Que pena que a leitura de As Tumbas de Atuan foi tão decepcionante para você... É mesmo difícil curti uma leitura quando o livro possue uma história rasa, um desenvolvimento cansativo e personagens nem um pouco empáticos... Eu não conheço a série Ciclo Terramar, se ouvi/li algo a respeito não me recordo no momento, e sinceramente não me interessei em conhecer a história de Tenar e Ged, por isso dificilmente eu leria esse livro. Abraços!

    ResponderExcluir
  10. Oi Ju!
    Poxa, uma pena o livro não ter agradado. E como você falou, é impressionante um livro tão curtinho ser tão massante e cansativo. Eu também nunca engato quando não gosto dos personagens, ainda mais a protagonista que tem papel fundamental na trama.
    No fim apesar de ser um livro curtinho, não fiquei com vontade de ler. Agradeço pela dica.
    Bjs

    ResponderExcluir
  11. Oi, Ju!!
    Não conhecia esse história mas é uma pena que a história do livro não tenha sido tão boa assim. E sempre decepcionante quando pegamos um livro para ler e acabamos não gostando tanto assim da história.
    Bjos

    ResponderExcluir
  12. Oi!
    Vi esse livro dentro dos lançamentos da editora Arqueiro e ele logo tinha me chamado a atenção, mas lendo a resenha vi que não seria um livro que gostaria, não parece o tipo de historia que envolve o leitor o que acaba deixando o livro cansativo, e gosto muito quando o autor se aprofunda na historia, acaba dando uma sensação de realidade e convencendo o leitor !!

    ResponderExcluir
  13. Eu adoro ler livros de fantasia mas não tinha ouvido falar a respeito desse livro que me chamou muita atenção por sinal mas ele é bem curtinho né Deve ser um epílogo

    ResponderExcluir

Obrigada pelo comentário, ele será respondido assim que possível :)