quinta-feira, outubro 20, 2016

[Resenha] O Diário de Bridget Jones - Helen Fielding

O Diário de Bridget Jones
Bridget Jones #1
Autora: Helen Fielding 
Companhia das Letras
Selo Editora Paralela
288 páginas
Skoob



Sinopse: Inteligente, sarcástico, hilário, atual. Estas são as características que fizeram de O diário de Bridget Jones um grande sucesso de vendas. Escrito na forma de diário, o romance relata um ano na vida de Bridget Jones, uma solteira de trinta e poucos anos, que luta com todas as forças para emagrecer, encontrar um namorado, parar de beber e largar o cigarro. Uma história aparentemente comum, mas narrada em estilo impecável e com extrema sensibilidade pela jornalista britânica Helen Fielding. Bridget trabalha em uma editora, mora sozinha, é apaixonada por seu chefe e cultiva o hábito de conversar com amigas que, em torno de uma mesa de bar, sempre têm soluções teóricas para todos os problemas. É impossível ler este diário e não se identificar com a protagonista. O mundo está mesmo repleto de Bridget..
O Diário de Bridget Jones fala por si só, a obra publicada pela primeira vez há 20 anos é conhecida por praticamente todos os leitores de romance e angariou muitos fãs, além de adaptações para o cinema que fizeram enorme sucesso. Apesar disso tudo eu ainda não tinha lido e nem visto qualquer um dos filmes, mesmo tendo certa curiosidade não era um tipo de leitura que eu estava lá muito ansiosa, sabia pouco ou quase nada dos livros, tudo para mim se resumia a um romance baseado em Orgulho e Preconceito. Hoje eu vejo o quanto estava enganada! Comparar Bridget Jones, apesar das semelhanças a uma obra de Austen é um sacrilégio, um pecado, uma abominação. Eu não sei bem o que eu esperava, talvez tenha sido falta de uma pesquisa melhor sobre o enredo antes de resolver ler a obra, mas o fato é que eu acabei absurdamente enojada desse livro, ou pelo menos isso aconteceu durante um determinado momento. 

Eu sei que deveria tomar aqui uma atitude imparcial, e sim, tenho pontos positivos sobre a narrativa para destacar, mas acontece que a protagonista foi tão contra tudo que eu sou ou espero ser que cheguei a detestá-la em um nível inconcebível. Bridget é uma mulher de 30 anos independente, com um belo emprego e amigos maravilhosos, mas se comporta o tempo todo como uma adolescente descontrolada. Sua insegurança é gritante. Tudo o que eu consegui pensar sobre ela durante a leitura era o quão obsessiva, paranoica, insegura e sem força de vontade ela conseguia ser, cheguei a sentir tanto nojo que abandonei o livro por alguns dias. 


A paixão de Bridget pelo chefe passa dos limites do bom senso, o comportamento indeciso é irritante, a faxada de mulher carente não colou, para mim ela passou mesmo uma ideia bem surtada. Sem contar a fixação que a protagonista tem com o peso, não consigo conceber alguém tão paranoica quanto ela, apesar de ter certeza que existem algumas por aí. Tudo em Bridget é exagerado e foi isso que fez com que o livro fugisse da realidade para mim, a maioria das mulheres não sentem satisfeitas com o próprio corpo, tem inseguranças quanto a relacionamentos e uma pressão para que sua vida seja de determinado jeito. Uma das melhores coisas do livro, ou seja Mr. Darcy, é apagado, aparece esporadicamente e não há exatamente uma construção de um relacionamento, as coisas só acontecem.

A narrativa feita em primeira pessoa e em forma de diário, como o próprio nome já diz, e é bem fluída. A forma como os pensamentos de Bridget se desenrolam atrai o leitor e trás humor a obra. Acredito que esse seja um dos pontos mais interessantes do livro, para aproveitá-lo de uma forma mais leve é preciso não levá-lo a sério. Porém, se assim como eu se irrita facilmente com o que disse acima vai precisar de uma dose extra de paciência para aturar Jones. Confesso que quando retomei a leitura alguns dias depois de ter abandonado o livro me senti mais confortável, acredito que porque naquele momento eu já sabia o que esperar e até cheguei a me divertir. Principalmente porque depois de certo acontecimento na vida amorosa de Bridget a coisa toda se torna muito mais fácil de digerir.
"Me dei conta que estava ficando velha antes do tempo. Como num filme acelerado, mostrando uma uva se transformando em passa."
Um ponto positivíssimo do livro são os personagens secundários, conhecemos cada um deles pelo ponto de vista da protagonista e apesar de não terem um apelo ativo tão grande quanto a personagem principal, são muito bem delineados, visto que não há muito aprofundamento, apenas menções, e mesmo assim conseguimos captar nuances de suas personalidades. Destaque para Tom, o melhor amigo de Bridget, mal conheço mas amo. O drama familiar de Bridget é outro ponto bastante abordado no livro, e a mãe da protagonista é uma mistura de Lydia Bennett e da mãe da querida Elizabeth de Orgulho e Preconceito, quem leu o livro vai compreender o que quero dizer, para quem não leu basta saber que ela se acha uma bela casamenteira e tem a cabeça nas nuvens, muitas vezes parecendo mais descabeçada do que a filha. Assim como Jones, a mãe dela me fez ter vontade de entrar no livro e tentar explicar algumas coisas bem direta para ambas, pena que não tenho poder para tanto.

Enfim, me diverti com a leitura de O Diário de Bridget Jones, mas antes de conseguir isso precisei respirar e digerir a personagem, este livro é bem despretensioso mas não posso dizer que vá agradar qualquer leitor, então se gosta de romances do gênero apenas tenha em mente o humor e tenho certeza que se dará muito bem com a história. Quanto a edição não dá para dizer que tenha algo marcante, é bem simples na verdade, assim como a diagramação, elementos bem postos, fonte confortável, bem como espaçamento. A versão que tenho do livro é em comemoração aos 20 anos da publicação da obra e meu único problema com a capa é que ela fica toda marcada de dedos, no mais é bem significativa e representa Bridget e seus vícios que são abordados no livro todo. Bom, acho que é isso, indico o livro para quem gosta de chick lit bem humorado com uma personagem para lá de desmiolada.
"Acho um tanto ridículo ser chamado de Sr. Darcy e ficar sozinho com cara de esnobe numa festa. É como se chamar Heathcliff e insistir em passar a noite inteira no jardim gritando ‘Cathy!’ e batendo com a cabeça numa árvore."

2 comentários:

  1. Olá Ju,

    Esse é um livro que tenho muita vontade de ler, gosto de ler o gênero as vezes e espero ter a oportunidade, ele está na minha lista de desejados....bjs.


    devoradordeletras.blogspot.com.br

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  2. Oi, Ju!!

    Confesso que Bridget Jones não é uma personagem que me agrada muito. Ela me cansa profundamente e não tive vontade de aprofundar a leitura.
    Mas que bom que conseguiu se divertir com o livro! Espero que possa aproveitar os próximos também. :)

    Bjs

    http://livrosontemhojeesempre.blogspot.com.br

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Obrigada pelo comentário, ele será respondido assim que possível :)