[Resenha] A Playlist de Hayden - Michelle Falkoff

Oi Oi

Hoje venho com a resenha de um livro que me chamou muito atenção quando foi publicado, mas devido a demora para ele chegar aqui em casa acabei perdendo um pouco da empolgação e ele foi pro fim da pilha de leituras. Acredito que isso foi até melhor, pois minha leitura aconteceu sem grandes expectativas. O livro em questão é A Playlist de Hayden, prontos?

A Playlist de Hayden
Autora: Michelle Falkoff
Editora Novo Conceito
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Skoob


Sinopse: Depois da morte de seu amigo, Sam parece um fantasma vagando pelos corredores da escola, o que não é muito diferente de antes. Ele sabe que tem que aceitar o que Hayden fez, mas se culpa pelo que aconteceu e não consegue mudar o que sente. Enquanto ouve música por música da lista deixada por Hayden, Sam tenta descobrir o que exatamente aconteceu naquela noite. E, quanto mais ele ouve e reflete sobre o passado, mais segredos descobre sobre seu amigo e sobre a vida que ele levava. A PLAYLIST DE HAYDEN é uma história inquietante sobre perda, raiva, superação e bullying. Acima de tudo, sobre encontrar esperança quando essa parte parece ser a mais difícil.

Como já disse antes quando a Editora Novo Conceito anunciou a publicação de A Playlist de Hayden eu fiquei bastante empolgada com a história, mas confesso que eu imaginava uma história diferente da que li. Para começar eu pensava que Hayden era uma garota, pois é, isso que dá não ler sinopses, outra coisa que me surpreendeu é que a Playlist deixada por Hayden acaba não fazendo sentido nenhum na narrativa. Pelo menos para mim não fez, não consegui me conectar com as ideias que Hayden quis deixar e acho que nem mesmo Sam conseguiu isso. Apesar disso, o livro traz uma história gostosa de ler, mesmo que a demora para que as coisas comecem a acontecer no início torne a leitura um pouco monótona. 

Contudo, em meio a algumas recordações acompanhamos o processo de aceitação de Sam com relação a morte do melhor amigo, mas não apenas isso, a autora nos faz pensar que uma história pode ser vista por vários pontos de vista, apesar de aqui só acompanharmos o de Sam. No decorrer da história acabamos descobrindo o que desencadeia certas atitudes, não que as justifiquem mas percebemos a intenção por trás das atitudes de determinados personagens. Compreendemos o porque de tal ação e como o personagem se sente em relação ao que o rodeia.  A narrativa não gira apenas em torno do que levou Hayden ao suicídio, ela traz histórias muito mais complexas aliadas a outros personagens. Um dos que mais me encantaram foi Astrid, que no início do livro é uma incógnita mas que aos poucos vai se revelando até que finalmente descobrimos qual sua real ligação com Hayden.

Apesar de ser um livro adolescente, a autora buscou abordar alguns temas bastante complexos. Como perda (óbvio), bullying, homossexualidade, assuntos que apesar de estarem muito presentes na sociedade são praticamente tachados como tabu. Achei bastante interessante a abordagem leve que a autora fez com relação a esses temas, pois caso contrário poderiam acabar pesando em um livro infanto juvenil. Falkoff soube tratá-los de forma leve e verdadeira, sem exaltação ou exagero, a simplicidade desta história é o mais tocante.

Enfim, A Playlist de Hayden é um livro que aborda temas complexos de forma leve, fala de amizade e acima de tudo de aceitação. Não espere por lágrimas, ao menos eu não cheguei a chorar, apesar disso o livro me deixou uma forte impressão e por dias fiquei pensando sobre os aspectos centrais da história. Indico esta história para leitores de todas as idades, desde que goste de livros infanto juvenis. Sobre a edição a Editora novo Conceito está de parabéns, muito bem feita, sem contar a capa que apesar da simplicidade é linda.

Melhores Quotes:

"Muitas pessoas querem ser invisíveis. Talvez elas até pensem que podem fingir que são. Mas sempre alguém as vê."

"Como eu poderia descrever a minha relação com Hayden? Ele era meu melhor amigo. Meu único amigo. Eu achava que levaria algum tempo para que essa situação mudasse, ao contrário de Hayden, e então ele tinha ido embora. Ele podia me obrigar a ficar ali sentado durante o tempo que quisesse que eu não conseguiria responder àquela pergunta." 

"Sentir raiva só reiniciava o ciclo, um ciclo que já se tornava familiar. Ficar com raiva. Culpar Hayden. Sentir culpa. Ficar com saudade do meu amigo. Sentir raiva de novo. Tudo isso era ocasionalmente pontuado por um desejo quase incontrolável de gritar ou destruir coisas, apesar de eu não ser capaz de fazer nada disso."

"Ele me deixou sozinho e eu jamais tinha feito isso com ele, não importava o quanto estivesse com raiva."