[Resenha] Outlander: A Libélula no Âmbar - Diana Gabaldon

Obs: A sinopse oficial pode te chocar, então leia por sua conta e risco!

A Libélula no Âmbar
Outlander #2
Autora: Diana Gabaldon
Editora Saída de Emergência Brasil
Compre: Submarino | Saraiva | Livraria Cultura
Skoob

Sinopse: Claire Randall guardou um segredo por vinte anos. Ao voltar para as majestosas Terras Altas da Escócia, envoltas em brumas e mistério, está disposta a revelar à sua filha Brianna a surpreendente história do seu nascimento. É chegada a hora de contar a verdade sobre um antigo círculo de pedras, sobre um amor que transcende as fronteiras do tempo... e sobre o guerreiro escocês que a levou da segurança do século XX para os perigos do século  XVIII.O legado de sangue e desejo que envolve Brianna finalmente vem à tona quando Claire relembra a sua jornada em uma corte parisiense cheia de intrigas e conflitos, correndo contra o tempo para evitar o destino trágico da revolta dos escoceses. Com tudo o que conhece sobre o futuro, será que ela conseguirá salvar a vida de James Fraser e da criança que carrega no ventre?

Se eu pudesse reduzir essa resenha em apenas três palavras elas seriam: choque, enfado e deleite, exatamente na ordem em que se apresentam. Terminei esta leitura ontem e desde então me sinto assombrada por seus personagens, indignada com as situações que são apresentadas, e apaixonada ainda mais pela série, o que eu acreditava que não fosse acontecer. A leitura de Outlander - A Libélula no Âmbar foi difícil, demorei meses para finalmente me encontrar na narrativa e conseguir engrenar a leitura, mas quando isso aconteceu todos os problemas foram deixados de lado, mesmo que não de todo esquecidos.

Se você ainda não leu a sinopse deste livro não o faça! Em minha ânsia por informações sobre o que viria a seguir corri para ler logo que terminei A Viajante do Tempo e foi um choque tão terrível que eu queria voltar atrás e não ter lido. Esta foi a primeira reação que tive com relação a história, de certa forma foi desanimante, não conseguia compreender como o livro poderia ser bom depois que uma simples frase em uma sinopse colocou minhas expectativas por terra. Fiz drama, chorrei e quando o livro chegou para resenha seu tamanho esmoreceu ainda mais a minha vontade de ler. Creio que esses dois fatores foram determinantes para que eu não conseguisse evoluir na leitura.

Incluindo se a isso, as primeiras 400 páginas não pareciam levar a lugar nenhum, e teve momentos em que cheguei a pensar que o livro tinha sido uma grande perda de tempo para mim e para aqueles personagens tão extremamente precisos. Gabaldon é mestra em incluir situações desnecessárias em sua narrativa, bem como longas descrições que acabam angustiando o leitor. Além disso, Clarie me irritou bastante, em um determinado momento cheguei a duvidar de seu caráter, mesmo tendo todas as informações necessárias para não acreditar no que estava lendo. Eu a vi como uma manipuladora e Jamie como seu animal de estimação, submisso e subserviente, tudo o que ele definitivamente nunca seria e isso me desagradou tanto que eu entrei em um embate sobre amar ou odiar o livro, mas Gabaldon já tinha feito um milagre em mim. 

"Quem éramos nós para alterar o curso da história, para mudar o curso dos acontecimentos, não para nós mesmos, mas para príncipes e camponeses, para toda a nação escocesa?"

Quando eu me sentia pronta para finalmente abandonar a história, quando era certo que tudo o que eu sentia pelo desenvolvimento era enfado, e que todas as tentativas de evoluir não estavam funcionando a autora me fisgou de novo e aí eu já não tinha vontade própria e terminei as últimas 550 páginas em uma única noite. É certo que, como disse, ainda passei por sentimentos muito conflitantes antes de terminar a leitura e diante de todos os pontos desagradáveis que salientei eu deveria ter odiado o livro com todas as minhas forças. Mas nem a enrolação, nem a chatice de Claire, nem o crença de que a personagem influência Jamie negativamente, foram capazes de se quer me fazer pensar que esse livro é ruim. 

Terminei esta leitura ansiando por mais, para vocês absorverem isso de forma mais clara, no pouco tempo que consegui dormir (terminei o livros às 4 hrs da madrugada) eu ainda sonhei com tudo e me coloquei no lugar de Claire, fiquei tão obcecada com a história e sua continuação que tudo ao meu redor ainda parece meio surreal. Enfim, quando comecei a ler A Libélula no Âmbar não achava que fosse possível ter sentimentos tão conflitantes sobre um mesmo livro, não tão intensamente assim. Então, se prepare quando for ler este livro, ao terminar vai ser como se um trator tivesse passado por cima de você e isso vai ser uma coisa boa.

Só para desencargo de consciência queria dizer que apesar de tudo o que disse meu maior problema com a edição foi o seu tamanho. Para mim que costumo ler enquanto caminho até o trabalho seu peso foi um grande problema. No mais o trabalho da editora está muito bem feito.

Melhores Quotes:

"-Sangue do meu sangue – murmurou – e ossos dos meus ossos. Você me carrega dentro de você, Claire, e não pode me deixar, não importa o que aconteça. Você é minha, para sempre, quer queira quer não, quer me ame ou não. Você é minha e eu não a deixarei partir. –
Coloquei uma mão sobre a dele, pressionando-a contra mim. – Não – disse, num sussurro -, nem você pode me deixar.
– Não – ele disse, esboçando um sorriso. – Pois tenho mantido o final do juramento também. –
Segurou-me com as duas mãos e inclinou a cabeça sobre meu ombro, para que eu pudesse sentir o hálito quente de suas palavras no meu ouvido, murmuradas na escuridão. – Eu lhe dou meu espirito, até o fim de nossas vidas.

"Eu vou encontrar você. — ele sussurrou em meu ouvido. — Eu prometo. Mesmo que eu tenha de suportar duzentos anos de purgatório, duzentos anos sem você — então essa é a minha punição, que eu mereci por meus crimes. Porque eu menti, matei, roubei; trai e quebrei confiança. Mas tem uma coisa que deverá estar na balança. Quando eu estiver na frente de Deus, eu terei uma coisa para dizer, para pegar contra todo o resto. — sua voz caiu. — Deus, você me deu uma mulher rara, e Deus! Eu a amei da maneira certa."