#SemanaEspecialTMI #4 - Resenha Cidade das Cinzas

Cidade das Cinzas

Autora: Cassandra Clare

Editora Galera Record

Ano de lançamento: 2011

Páginas: 406

Tradutor: Rita Susseking

Sinopse: Clary Fray só queria que sua vida voltasse ao normal. Mas o que é “normal” quando você é uma Caçadora de Sombras assassina de demônios, sua mãe está em um coma magicamente induzido e você de repente descobre que criaturas como lobisomens, vampiros e fadas realmente existem? Se Clary deixasse o mundo dos Caçadores de Sombras para trás, isso significaria mais tempo com o melhor amigo, Simon, que está se tornando mais do que só isso. Mas o mundo dos Caçadores não está disposto a abrir mão de Clary — especialmente o belo e irritante Jace, que por acaso ela descobriu ser seu irmão. E a única chance de salvar a mãe dos dois parece ser encontrar o perverso ex-Caçador de Sombras Valentim, que com certeza é louco, mau... e também o pai de Clary e Jace. Para complicar ainda mais, alguém na cidade de Nova York está matando jovens do Submundo. Será que Valentim está por trás dessas mortes? E se sim, qual é o seu objetivo? Quando o segundo dos Instrumentos Mortais, a Espada da Alma, é roubada, a aterrorizante Inquisidora chega ao Instituto para investigar — e suas suspeitas caem diretamente sobre Jace. Como Clary pode impedir os planos malignos de Valentim se Jace está disposto a trair tudo aquilo em que acredita para ajudar o pai?

Contém spoiler de Cidade dos Ossos! 

As coisas não vão muito bem para Jace desde que descobriu que é filho de Valentim e consequentemente irmão da única garota pela qual já foi apaixonado. A Clave e Maryse Lightwood agora desconfiam da lealdade de Jace e ele vai passar por maus bocados nas mãos da Inquisidora Imogen Herondale antes que alguém possa acreditar em suas palavras. Para piorar Clary agora decidiu seguir em frente e esquecer o quer quer que tenha acontecido entre os dois, mas uma coisa não muda, ela confia piamente em Jace e para provar a inocência dele eles precisam de um dos Instrumentos Mortais, a espada que está guardada na Cidade dos Ossos, diante dessa espada Jace não poderá mentir e talvez só talvez a Inquisidora desista de puni-lo. Infelizmente o temperamento de Jace o deixará ainda em maus lençóis e se ele não aprender a se comportar as coisas poderão ficar cada vez piores. Enquanto isso alguém vem matando seres do submundo e o maior suspeito é Valentim, mas porque será que ele vem fazendo isso?

Jace sendo Jace: "- Sim, – disse Jace sem conseguir se conter – fui treinado para ser um gênio do mal desde menino. Arrancar asas de moscas, envenenar o suprimento de água da terra; já fazia de tudo isso no jardim de infância. Acho que todos temos muita sorte por o meu pai ter forjado a própria morte antes de chegar aos estupros e saques que fariam parte da minha educação, ou ninguém estaria a salvo"

A narrativa começa poucos dias depois dos últimos acontecimentos de Cidade dos Ossos, bom, como eu comecei a ler logo em seguida deste último me senti em um primeiro momento jogada em uma história menos frenética, e sem toda a agitação da anterior. Apesar disso, Cassandra Clare pareceu evoluir na narrativa. Os personagens continuam tão cativantes como antes e também somos apresentados a uma nova gama de personagens do submundo. A mãe de Clare continua em coma e através de Luke começamos a saber mais sobre o que aconteceu durante a Ascensão e o ataque ao Ciclo que Jocelyn e ele planejaram para derrubar Valentim. 

O fato de Luke estar mais presente faz com que passemos a conhecer mais os personagens do Submundo e principalmente os Lobisomens. Também somos apresentados a Maya, uma jovem licantrope que se torna amiga de Simon e que irrita Clary de alguma forma, mesmo que ela demonstre gostar da nova garota. A personagem até me parece legal, mas eu sinceramente não vi nenhum objetivo para ela estar ali a não ser o fato de que ela poderia vir a se tornar uma rival para Clary com relação a Simon, o que por sinal, eu tenho que dizer que eu gostei, por que apesar de Jace e Clary terem descoberto que são irmãos eu não havia conseguido desassociar os dois como um casal (mas aí entra a questão de eu já ter alguns spoilers da série).

Senti que neste livro Simon tornou-se ainda mais chato, e certas coisas que acontecem ao personagem não me agradaram. O triângulo amoroso está ainda mais definido e apesar de ser algo bem trabalhado na narrativa não foi o que chamou mais atenção. Apesar de ter um clima mais tranquilo as partes que envolvem ação são muitas vezes mais bem trabalhadas do que no livro anterior. Toda essa história irá culminar em uma batalha quase épica e pode ter certeza que, amando Jace ou não, você sentirá um medo terrível de que ele não seja quem você realmente imaginou. Mais para o final da narrativa eu estava me sentindo tão aflita com esse ponto que não pude resistir em dar certos esporros em Jace via twitter.

Algo que me deixou confusa no começo da história é que Jace trata Maryse como sua mãe, não é como se ele a considerasse apenas a pessoa que o acolheu. Ele realmente ama os Lightwood e os considera como família, o que torna mais difícil o fato de que Maryse o expulsa de casa justamente por não confiar em sua versão de que não é um espião de Valentim. Falando em Lightwood posso dizer que Alec está ainda mais perfeito e cativante e continua sendo um espetáculo à parte com seu medo de ser julgado de alguma forma por sua condição sexual.

Quanto a revisão e os outros fatores que citei sobre diagramação na resenha anterior eu digo que a mesma coisa ocorreu com esse livro. O que talvez tenha mudado é que a capa desta vez veio com o efeito de luz, o que transforma o que já é lindo em algo perfeito. Se você leu Cidade dos Ossos, não perca tempo sentado na cadeira e vá logo pegar Cidade das Cinzas, você não vai se arrepender.

Quotes do Livro:

"- Você pode se parecer com um anjo, Jonathan Morgenstern, mas sei exatamente o que você é." 

"Quando você não consegue falar a verdade para as pessoas com quem mais se importa no mundo, eventualmente deixa de conseguir dizer a verdade para si mesmo."

"Nunca me senti como se pertencesse a lugar nenhum. Mas você faz eu sentir como se pertencesse."

"Eu gostaria de odiar você,” ele disse. Sua voz era suave, sua boca curvada em um despreocupado meio sorriso, seus olhos doentes com tristeza. “Eu quero odiar você. Eu tento odiar você. Seria muito mais fácil se eu odiasse você. Algumas vezes eu acho que te odeio e então quando eu vejo você, eu…"