terça-feira, junho 10, 2014

[RESENHA] Os Defensores - Museu de Ladrões - Lian Tanner


Os Defensores - Museu de Ladrões 
Autor: Lian Tanner
Editora Farol Literário
Skoob | Saraiva

A cidade de Jewel tem regras bastante rígidas com relação à crianças. Com a proximidade de escravagistas e depois da grande peste elas são obrigadas a viver "acorrentadas" aos guardiões até que chegue o momento da separação. Depois de uma peqeuna alteração na idade para se passar pelo ritual de separação, finalmente chega a vez de Goldie se ver livre. No entanto as esperanças dela são frustradas quando está preste a sentir-se totalmente livre, um ataque a cidade depõe os planos e a cerimônia é cancelada. Apavorada com a ideia de ter que esperar um tempo indefinido pela liberdade Goldie foge e acaba sendo conduzida ao antigo museu da cidade, um local até o momento considerado insignificante, mas que guarda muitos segredos.

Ando tendo um certo receio com livros infanto juvenis, há um bom tempo não sinto vontade de acompanhar as séries que já comecei. A forma deste estilo literário acabou tornando-se cansativa e já não mais respondem as minhas expectativas. Não foi diferente com Os defensores, não que o livro seja ruim, ele não é. Porém, não vi proposito em toda a minha leitura, me senti desconectada com o universo que o livro abordava, E em alguns momentos senti que a história caia em contradição, mas acredito que isso tenha sido apenas uma pequena impressão, pra ser sincera não voltei para conferir.
"Claro que as pessoas estavam acostumadas a ver crianças acorrentadas. Todas as crianças da cidade de Jewel usavam uma corrente de guarda prata no pulso esquerdo, do momento em que aprendiam a andar até o Dia da Separação."
A história central se desenvolve em torno do museu, e suas particularidades. As descobertas que Goldie faz e seu medo do que pode ser encontrado no caminho. Porém, e especialmente apesar do medo, Goldie é uma boa personagem. Alias o fato de a narrativa ser dividida em vários pontos de vista nos dá uma sensação de completude no que se tem a compreender da obra e seus personagens. No entanto, aqueles que nada tem a ver com as narrativa em si parecem meio jogados ao léu, tanto que ao chegar ao fim da leitura estava me perguntando quem era quem. Talvez, isso se deva, ao fato de eu ter feito uma leitura muito desatenta.

Contudo, Os defensores é um juvenil que pode conquistar o leitor que está em clima de infantos juvenis. Utiliza mistério e elementos fantásticos de forma a instigar a leitura. Sim, apesar da sensação de letargia com que li a obra, não posso deixar de dizer que a forma como a narrativa foi conduzida me instigou a chegar ao fim. O que acredito colaborou em grande parte pela minha falta de entusiamos é o fato de que no início da narrativa já me senti meio perdida. Senti um excesso de informação enquanto a autora tentava ambientar a história, o que acabou me deixando um pouco confusa. Porém, depois de alguns capítulos a narrativa segue bem e o ritmo vai aumentando. O que se deve ressaltar e que chamou minha atenção é que o autor conseguiu sustentar todos os segredos que cercavam o museu e o mistério da narrativa até o fim, o fato de revelar uma coisa ou outra não interferia em um mistério maior, fazendo assim com que o leitor fique ávido pelo que está por vir.

Quanto a diagramação posso dizer que está muito bem feita, a ilustração dos personagens em cada início de capitulo é uma referência de que vamos encontrar algo importante sobre aquele determinado personagem nas próximas páginas. Outro fator que chamou minha atenção foi a capa, que é instigante e muito bem trabalhada. Enfim, ainda não tenho certeza se continuarei a leitura da série daqui algum tempo, mas de certa forma recomendo se você estiver a procura de histórias juvenis cheias de aventura, mistério e uma dose de medo velado.

Melhores Quotes:
"As salas pareciam não terminar nunca mais. Goldie sabia que o museu não tinha como ser assim tão grande, mas ele continuava se estendendo a sua frente. As portas em que eles passavam eram tão largas quanto bulevares. As vitrines formavam fileiras infinitas." 

"Mas havia um outro tipo de medo, o medo de você nunca ter permissão para ser quem é na verdade. O medo de que o seu verdadeiro eu teria que permanecer esmagado, como um passarinho engaiolado, pelo resto da vida. Esse medo era pior do que qualquer soldado." 

"Não é possível que montanhas altas existam sem vales profundos. Não é possível ter grandes alegrias sem grandes tristezas." 

"- Há muito tempo - Sinew disse -, Olga Ciavolga, Herro Dan e eu fizemos uma promessa um ao outro. Que um dia nós levaríamos um pouco da selvageria de volta à cidade. Não as coisas grandes. Não as guerras, a fome e a peste. Só os terrenos baldios e os cachorros, os gatos e os passarinhos. E lugares secretos para as crianças se esconderem quando quisessem fugir dos olhos dos adultos."

2 comentários:

  1. Embora não seja muito o meu gênero favorito a história me chamou bastante atenção.
    Beijos, Ariane!
    www.diariodostreze.blogspot.com <<

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  2. Eu amo infantojuvenil! Claro que já não os leio com a mesma empolgação, mas ainda assim gosto bastante. Esse é um livro que eu compraria pela capa, achei linda, bem trabalhada. Imagino que ao vivo o exemplar seja melhor ainda, principalmente pelo trabalho gráfico no interior. A história me interessou, espero poder ler um dia.
    Beijinhos!
    Giulia - Prazer, me chamo Livro

    PS: Juuu, voltei! \o/

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