[RESENHA] Graffiti Moon - Cath Crowley

Grafitti Moon
Autora: Cath Crowley

Loja Editora Valentina

Skoob | Saraiva

Tudo o que Lucy pretendia aquela noite era comemorar o término do ensino médio e ter uma noite agradável com suas amigas. O que ela não esperava era que esta noite iria levá-la a uma busca pela identidade d'O Sombra, um artista de rua ao qual Lucy se identifica, mesmo sem saber quem é ou como ele é. Lucy sabe apenas que ele seria o par perfeito para si. Um artista com aquela sensibilidade só poderia ser um cara gentil, compreensivo e perfeito. Ela vive sua fantasia sem se dar conta que o Sombra está diante dela, levando-a durante a noite por lugares sombrios e escuros através de sua arte.

Não pretendia solicitar esse livro para a Editora Valentina quando vi a capa, não sei muito bem, mas ele não pareceu grande coisa em uma primeira impressão, até que resolvi ler a sinopse. Não sei explicar, mas a partir daí senti que precisava ler. Não me arrependi de forma alguma, o que posso dizer é que Graffiti Moon tem seus defeitos, mas também se mostra um livro fofo e bastante inteligente. A cada referência artística eu tinha vontade de largar o livro e correr saber um pouco mais, infelizmente estou sem internet em casa, portanto, não tive como conferi-las e acabei deixando para depois, o problema é que não anotei. Pois é, baita burrice!

"Tenho que chegar a tempo. Tenho que encontrar o Sombra. O Poeta também, mas o Sombra principalmente. O cara que pinta no escuro. Pinta pássaros presos em muros de tijolos, pessoas perdidas em florestas fantasmas. Caras com corações feitos de grama e garotas empurrando cortadores de grama. Por um artista que pinta essas coisas, eu poderia me apaixonar. Completamente."

Mas apesar desse fato, algumas coisas na narrativa me incomodaram. No início da narrativa achei Lucy uma garota muito fantasiosa, ela demostrava ter uma impressão bastante romantiza e obcecada do sombra. Os momentos em que a personagem se perdia em suas fantasia me irritaram um pouco, ela não o vê como uma pessoa que possa ser real, ela praticamente o endeusa. Em determinado momento isto começou a ficar muito chato, mas felizmente a narrativa intercalada entre Lucy, Ed e Leo e esse fato deu uma quebrada na chatice e acabou por me prender.

Por sinal, achei a construção da história bem diferente, a narrativa intercalada entre Ed e Lucy é feita em primeira pessoa, mas também temos alguns capítulos narrados em forma de poema por Leo, o melhor amigo de Ed. A única coisa que me incomodou bastante neste quesito foram os saltos cronológicos, ou seja, em um segundo estamos no presente e logo somos jogados em alguma ocasião que aconteceu anteriormente. Essas partes me deixaram confusa e em alguns momentos tive que voltar a leitura para poder compreender.

Mas no todo o livro é bem bacana, os personagens crescem a olhos vistos e é muito gostoso acompanhar a desmistificação do "mito" Sombra aos olhos de Lucy. Apesar de seus clichês e seus momentos confusos Graffiti Moon é um livro gostoso de ler, e bem rapidinho, aos poucos ele conquista o leitor, falando de arte e mostrando cada medo e anseio de seus personagens. O fim é bem bacana porque não é cheio de mimimi, ele simplesmente acontece, naturalmente e não se faz um drama de tudo. Enfim, eu gostei bastante, apesar das ressalvas

Melhores Quotes:

"Hoje ele joga nas nuvens, num esfumado, a palavra Paz, com letras sombreadas e onduladas. Engraçado como dois caras podem olhar para o mesmo grafite e ver coisas diferentes. Eu não vejo paz quando olho para esse pássaro. Vejo o meu futuro. Espero que ele só esteja dormindo."

"Quero me chocar com o Sombra. Deixar que a força desse impacto espalhe nossos pensamentos, para que um capture o pensamento do outro e o devolva como um punhado de pedrinhas brilhantes."

"– Só não se esqueça: pinturas também provam que os homens das cavernas existiam. O Sombra pode não ser o cara que você está esperando."

"Pintei um fantasma preso numa garrafa. Dei um passo para trás, para olhar o fantasma, e percebi que o triste não era que ele estava ficando sem ar. O triste era ele ter ar suficiente para a vida toda naquele espaço tão pequeno."